3.13.2024

CAROLINA ASSAD E CLÁUDIO MOTTA



Alguém já disse que “todo poema quer ser música”, mas nós acreditamos que o inverso também é uma boa definição... por que não? 

BREVE e PEQUENAS HORAS são os títulos de dois álbuns lançados por Cláudio Motta e Carolina Assad em maio de 2023. As canções dos álbuns são composições de Cláudio sobre os poemas de Christiana Nóvoa, poeta carioca de grande talento. Os álbuns resultaram no espetáculo: BREVE & PEQUENAS HORAS, UM SHOW. No palco: música e poesia entrelaçados por arranjos de Cláudio, no telão as imagens resultantes dessa união criadas por Cláudio. O resultado é pouco mais de uma hora de lirismo poético, harmonias impressionantes, o canto afinadíssimo de Carolina Assad somando-se para que a plateia tenha uma experiência inesquecível e de muita sensibilidade artística.

Os links dos álbuns:

https://youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_kcb2JRHf096VDQXrM4SUg99DgkGr2LP3Q&si=mMJ9Dw1gVozSOlQi

https://youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_nT9A4HCBcANd_-KXEsYcLT-UsG7v-yVKA&si=WpjGt1se8DdSv99u

2.27.2024

LIVROS À VENDA SOBRE A DITADURA (1964-1985)

 




GOVERNOS MILITARES (R$ 15)

Edgard Luiz de Barros

Trecho do livro:

“Ernesto Geisel, mesmo depois da falência do ´milagre´, falava na transformação do Brasil em ´potência mundial de primeira grandeza´, na necessidade de incrementar ainda mais o parque industrial, criando tecnologia de ponta e buscando novos parceiros comerciais (inclusive nos governos socialistas da China continental e das antigas colônias portuguesas da África). De concreto, o que resultou dessa política, além de oscilações recessivas, foi um significativo crescimento da dívida externa, diminuindo a acumulação interna e as reservas cambiais”.

 

O BRASIL DA ABERTURA – DE 1974 À CONSTITUINTE (R$ 15)

Marly Rodrigues

Da coleção ‘História em documentos”

Trecho do livro:

“Na década de 80, os movimentos grevistas não se restringiram apenas aos metalúrgicos e ao ABC paulista. Em outras cidades do estado e em outros estados da federação, a greve vem sendo utilizada como instrumento de reivindicação por diversas categorias profissionais, cujo nível de vida também está sendo rebaixado.

A luta por melhores condições de trabalho ultrapassou o setor urbano. Em vários estados brasileiros os trabalhadores rurais cruzaram os braços, reivindicando salários mais justos e mais direitos trabalhistas.

OS CARBONÁRIOS (R$ 20)

Alfredo Sirkis

Trecho do livro:

“Os jornais da manhã traziam o nosso manifesto na íntegra. Não havia ainda uma resposta oficial do governo sobre a libertação dos quarenta presos, mas corria o bizu de que já fora fretado um Boeing 707 da Varig, para um vôo transoceânico. Willy Brandt declarou à imprensa alemã, na seguência de um contato com Brasília, que estava tranqüilo quanto à iminente decisão do governo militar.

Ivan saiu cedo e voltou com jornais e notícias dos companheiros de fora. Problema com a Kombi. Na noite da ação, Onório a abandonara, às pressas, numa rua qualquer de subúrbio, distante do aparelho. Mais particularmente, num estacionamento proibido”.

 

MEMÓRIAS – GREGÓRIO BEZERRA – Segunda parte: 1946-1969 (R$ 18)

Trecho da orelha escrito pelo editor Ênio Silveira:

“Com a autoridade de quem passou quase vinte e três anos em prisões civis e militares de seu país, vivendo toda sorte de violências e humilhações, Gregório Bezerra cita uma frase do escritor francês Pierre Vidal-Naquet para enfatizar o que lhe parece constituir progressiva degradação moral de instituições que ele tanto preza e de que a Pátria tanto necessita: A tortura começa como um método de interrogatório, desenvolve-se como um método de opressão e, finalmente, transforma-se num Estado clandestino, que corrói as próprias raízes da vida de uma Nação”.

 

1964 E O NORDESTE (R$ 15)

Manuel Correia de Andrade

Da coleção “Repensando a História”

Trecho do livro:

“No Brasil, os sindicatos rurais começaram a se organizar no governo de João Goulart, estimulados sobretudo pelos ministros filiados à Democracia Cristã, como Franco Montoro, Em Pernambuco, não só a Igreja, como também o Partido Comunista lançaram-se ao trabalho de sindicalização. Os padres Melo, no Cabo, e Crespo, em Jaboatão, procuraram neutralizar a influência dos comunistas e das Ligas, jogando com o prestígio e a tradição católica. As posições progressistas da Igreja ainda eram pouco expressivas. O padre Melo apoiou o golpe de 64, procurou preservar os seus sindicatos e aliou-se aos donos do poder”.

 

O SEQUESTRO DIA A DIA (R$ 15)

Alberto Berquó

O sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Elbrick, em setembro de 1969, narrado de forma detalhada. Como diz o jornalista Sérgio Cabral: “Asseguro que não há qualquer documento impresso em torno do tema que seja ao mesmo tempo tão bem escrito e tão bem informado”.

“Quando o embaixador e Virgílio estão descendo a escada, a cobertura vê se aproximar uma camionete C-14, com cinco homens dentro. Só pode ser a polícia. Nota-se que falam pelo rádio. Nos dois Volks, todos têm armas curtas. Salgado, que vai no banco de trás ao lado de Paulo de Tarso, porta uma metralhadora (...) Salgado engatilha a arma e se prepara para abrir fogo através do vidro traseiro; Cirilo pede que espere um pouco; Cid opina que seria melhor esperar os carros emparelharem, para arrebentá-los de uma só vez. Todos mostram as armas, ostensivamente, uns para os outros – e o embaixador ali no meio”.

 

1968 – O ANO QUE NÃO TERMINOU (R$ 20)

Zuenir Ventura

Estudante morto, colegas presos, passeata de intelectuais e religiosos, tropa de choque, cavalarianos de sabre em riste, carros blindados, gás lacrimogêneo, tiros, jatos de água, paus, pedras, o fim de um caminho. 1968 - O ano que não terminou traz de volta um período crucial da história brasileira. Neste clássico da não ficção nacional, o jornalista e romancista Zuenir Ventura conta, com a urgência das grandes reportagens e com a sofisticação da alta literatura, como transcorreu no Brasil o ano que, através do mundo, iria se tornar lendário por conta de manifestações estudantis contra o sistema.

A GUERRILHA DO CAPARAÓ (R$ 20)

Gilson Rebello

Trecho do livro:

“No dia 5 de abril de 1967, a fome começou a ser a principal inimiga: eles tinham jogado fora os víveres, para tornar mais leves as mochilas durante a fuga e, agora, encurralados no meio do mato, as chances de escapar ficavam cada vez menores, principalmente por estarem em um terreno desconhecido e hostil.

- Resolvi – disse Amadeu – não mais ir à serra de Caparaó, como havia planejado, pois ainda não sabia da prisão do ´grupo dos oito´, e sim voltar ao Rio, onde poderíamos ter um balanço real da situação da guerrilha”.

O GOVERNO CASTELO BRANCO – Tomo II (R$ 20)

Luís Viana Filho

“Falando por esse tempo com o deputado Costa Cavalcanti, coronel do Exército, considerado aspirante ao governo de Pernambuco, dissera-lhe Castelo não desejar que nenhum militar fosse candidato. E acrescentara recear que, aberta uma exceção, o exemplo se propagasse, sendo inevitáveis o general Kruel, em São Paulo; o general Justino, no Rio Grande do Sul; o coronel Torres, no Piauí; e o general Murici ou o próprio Costa Cavalcanti, em Pernambuco. Não era preconceito contra os camaradas, mas o temor de que usassem os elementos militares para pressionar e intimidar o mundo civil.”

O BRASIL DO GENERAL GEISEL (R$ 15)

Walder de Góes

Trecho do livro:

“Quando o presidente decidiu estabelecer relações diplomáticas entre o Brasil e a República Popular da China, em agosto de 1974, ele ouviu previamente o Conselho de Segurança Nacional. Os sete membros militares do conselho votaram contra a proposta de Geisel, vale dizer, o presidente não tinha, na decisão já tomada, o apoio dos três ministros militares, do Chefe do EMFA e dos Chefes dos Estados Maiores do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Nada impedia que o presidente deixasse de observar esses votos, que os ignorasse, pois eles eram minoritários no conjunto do CSN. No entanto, Geisel preferiu enviar o Chefe do Gabinete Militar aos oficiais generais para pedir-lhes que mudassem seus votos. Cinco deles o fizeram, dando base militar à decisão, através de processos ritualizadores.

RIOCENTRO (R$ 20)

Julio de Sá Bierrenbach

Trecho do livro:

“Segundo constatei, S. Exa. Ficou chocado principalmente por dois trechos de meu voto:

´O sargento morreu e o oficial sobreviveu. Se o morto fosse o oficial e sobrevivente o sargento, este ainda poderia alegar que cumpria ordens daquele, isto é, do mais antigo, sem dar maiores esclarecimentos. O Capitão Wilson Luiz Chaves Machado, entretanto, está vivo, e não pode deixar de ser ouvido em uma Auditoria, como acusado, a menos que o Ministério Público Militar seja levado ao descrédito perante toda a Nação. Lamento muito, mas estamos diante de um crime dos mais nefastos, terrorismo, à beira da impunidade. Por muito menos este egrégio Tribunal condenou muitos mais´”.

REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL – número 83 – Agosto de 2012 (R$ 10)

Alguns dos capítulos:

- O dia da mentira

Um presidente é deposto e outro é conduzido ao poder por homens armados que dizem fazer uma revolução ´democrática´

João Roberto Martins Filho

- Por que Jango não resistiu

Covarde para uns, herói para outros, Jango fugiu do país para evitar uma guerra civil

- Em defesa da ordem

Segundo os jornais paulistanos, o golpe militar atendia ao clamor da sociedade pela salvaguarda da lei

Por Luiz Antonio Dias

Com amplo apoio

A longa permanência da ditadura militar no Brasil foi garantida pela sociedade civil

Por Daniel Aarão Reis

- Tema espinhoso

Apesar das idas e vindas da historiografia, o golpe militar ainda é tabu em sala de aula

 

 


12.02.2023

PERFIS DO RIO E ARENAS DO RIO




Coleções Perfis do Rio e Arenas do Rio. Cada livro R$ 15, mas se levar mais de um cada livro sai por R$ 10. É só chamar no ZAP: 21 999197723


- LYGIA PAPE (por Denise Mattar)


- OS EMERGENTES DA BARRA (Márcia Cezimbra e Elisabeth Orsini)


- RUBEM FONSECA (Deonísio da Silva)


- GLAUCE ROCHA (Aldomar Conrado)


- HÉLIO PELLEGRINO (Paulo Roberto Pires)


- FERREIRA GULLAR (George Moura)


- FAVELA (Paulo Casé)


- JANETE CLAIR (Artur Xexéo)


- OTTO LARA RESENDE (Benício Medeiros)


- JOAQUIM PEDRO DE ANDRADE (Ivana Bentes)


- CARLOS MACHADO (Luiz Noronha)


- OSWALDO CRUZ (Moacyr Scliar)


- CARLOS HEITOR CONY (Cícero Sandroni)


- FERNANDO SABINO (Arnaldo Bloch)


- EROS VOLUSIA (Roberto Pereira)


- MANUEL BANDEIRA (Paulo Polzonoff Jr.)


- GERAÇÃO PAISSANDU (Rogério Durst)


- ODYLO COSTA, filho (Cecília Costa)


- CERTAS CARIOCAS (Hélio R. S. Silva)


- MARQUES REBELO (Luciano Trigo)

4.25.2023

ANÁLISE DE CRÔNICAS HISTÓRICAS DA ZONA OESTE CARIOCA

Análise do professor Vinicius Miranda Cardoso sobre o meu livro "Crônicas Históricas da Zona Oeste Carioca":


Passeios no Velho Oeste


O livro - essa incrível combinação de texto, imagem e página - é uma das maiores invenções da humanidade. Mesmo em meio a todo tipo de concorrência ou crise (como essa que atravessamos), se reinventa. Não quer e não vai desaparecer. Foi o que pensei quando recebi ontem do @andremansur, bem antes do que eu esperava, uma dessas maravilhas, recém-impressa: seu novo volume, que eu havia encomendado, 'Crônicas Históricas da Zona Oeste Carioca'. 


É uma edição independente - o que merece registro e todo o apoio -, uma alternativa a que muitos estão recorrendo, em meio às dificuldades do negócio livreiro. Comporta, em quase cem páginas, toda a qualidade e a leitura agradável de sempre, com bons artigos acompanhados por dezenas de imagens, tudo por um valor bastante acessível. Faz uma mescla interessante - já testada pelo autor em trabalhos anteriores - de memórias históricas e memórias pessoais para utilidade pública. Passeia por instituições, monumentos e logradouros dos antigos 'sertões cariocas', além de fazer rápidas imersões em assuntos propriamente históricos, muitos dos quais já haviam sido tratados com mais vagar na clássica trilogia que fez sobre 'O Velho Oeste Carioca'. 


Os artigos têm aquele gabarito de um colunista experiente, que sabe como confeccionar uma narrativa leve, informativa e divertida na dose certa. Começa e termina com crônicas ambientadas em Campo Grande, apresentando aspectos do bairro a partir de suas vivências. No miolo, vale destacar os capítulos 'Padre Miguel, um educador', 'Orgulho de ser banguense', 'Sepetiba, o balneário carioca', 'Sítio Roberto Burle Marx', 'Rio da Prata quase foi a Petrópolis carioca', 'Escravidão' e a 'A força da laranja' - alguns deles recheados com flashbacks vividos pelo autor. 


O que achei mais empolgante foi o penúltimo ensaio, 'o "seu William" de Guaratiba', que toca num tema crucial da memória histórica da região: a coexistência de versões anedóticas e versões mais apuradas para a explicação dos nomes de bairros. É algo que ainda merece maior reflexão. Eu, particularmente, fico na dúvida se as anedotas sobre a origem dos nomes dos bairros mais ajudam ou atrapalham a conscientização dos moradores sobre a história do seu lugar. André Mansur nós dá as diferentes versões para Ilha de Guaratiba, Realengo, Paciência e Inhoaíba, indicando aquelas pelas quais mais se inclina.


Ressalto, por fim, que o livro de Mansur divulga várias instituições educativas e culturais da nossa Zona Oeste profunda, tais quais o NOPH de Santa Cruz, o Museu de Bangu, a Casa da Memória Paciente, o Eco Museu de Sepetiba, a Feuc e diversas outras.


Recomendo a leitura de suas novas Crônicas Históricas da Zona Oeste - um trabalho que merece ser apreciado, especialmente por aqueles que ainda não leram a trilogia Velho Oeste carioca; e, de modo geral, por professores (sobretudo de Geografia e História), educadores, agentes culturais, guias de turismo, curiosos; enfim, por todos que moram, já moraram, trabalham ou dirigem pelos bairros da região querendo saber mais sobre alguns lugares, escondidos ou à vista, por vezes enigmáticos, que estão à beira das praias e estradas, nos jardins das praças, nos lados das ruas, nas encostas das serras e no meio dos matos da região, sob a luz do presente ou sob a sombra refrescante do passado. Recomendo também a visita aos lugares que Mansur traz para o texto, com suas fotos - todas do livro são suas, num verdadeiro trabalho de campo, movido a andanças que sempre fez e faz por esses bairros. De todo modo, além de bem pesquisada, a narrativa em si já é um passeio, um tour completo e revigorante. Isso com o privilégio de sermos guiados, como que numa boa conversa no Bar do Ernesto, por quem conhece em pessoa o que escreve e tem sido um incansável pioneiro de nosso Velho Oeste, ainda por explorar.

4.16.2023

Avaliação de O FILHO DE PESQUEIRA


Muito feliz com a avaliação do professor Caio Laranjeira sobre o meu último livro O FILHO DE PESQUEIRA:

Uma leitura de O filho de Pesqueira, de André Luis Mansur:
do Estoicismo às bolas de gude

Caio Laranjeira

Foi há quase dois mil anos que Epiteto, um dos expoentes do Estoicismo, defendeu a ideia de que os pensamentos não são as coisas. Para o filósofo-escravo, não são as coisas em si que amedrontam os seres humanos, mas sim o que se pensa sobre elas. Nesse sentido, por exemplo, a morte não seria algo terrível, visto que é natural e inevitável. O que nela se teme então seriam as projeções mentais que se fazem sobre ela. Agrada-me lembrar essa lição estoica para deixá-la ao fundo do que, frontalmente, pretendo realizar aqui: uma leitura breve da obra O filho de Pesqueira, de André Luis Mansur.

Para início de conversa, o jornalista, escritor e memorialista Mansur tem pouco ou quase nada de estoico, decerto. Detentor de uma escrita fluida e regida pelo signo do prosaico, o autor se inscreve na clave da dicção de um Lima Barreto ou de um Rubem Braga, menos na temática do que na técnica, sem que deles seja necessariamente um imitador ou coisa que o valha. O estilo simples e leve é um convite a se mergulhar numa obra que mantém o mesmo tom estranhamente perturbador de seu livro de contos Copa de 50.

Esclareço-me. Digo estranhamente perturbador porque é bem sabido que há uma tradição literária que reúne nomes como Edgar Allan Poe, Baudelaire e mesmo algum Álvares de Azevedo (sobretudo o de Macário) cujas páginas flertam vorazmente com o repulsivo, medonho, tétrico. Em André Mansur a perturbação orbita em torno de outro núcleo, a saber: uma perspectiva otimista frente a uma realidade hostil, que é a nossa, e uma condição social injusta, que não deveria ser nossa.

Cumpre, entretanto, avisar que seu tom otimista em nada tem a ver com a leveza ingênua dos que, mentorados pela quântica energia coach, querem fazer crer que um discurso sempre positivo e esperançoso reprogramaria o cérebro para semear, plantar e colher o bem, para assim compartilhá-lo no café da manhã em família, como se comercial de margarina fosse. Conforme falei, a perturbação do escritor é estranha, porque há ali uma visão crítica da realidade circundante, sem que se faça do real um banquete trágico no qual o final apocalíptico seja o destino incontornável para a aventura humana.

A trama é tecida pelos passos do protagonista Gabriel, que, com quinze anos de idade, chega de Pesqueira (PE) à até então capital do país, sem saber o que o Rio lhe reservaria, em suas dores e delícias. Logo no primeiro ato do romance, acontece o que me fez começar este texto com a menção a Epiteto. Após descer na rodoviária Novo Rio, o adolescente ouve uma agitação nas ruas da cidade que o fazem achar que se tratava do famoso Carnaval carioca. Em meio à multidão, dão-lhe um saco de bolas de gude, o que supostamente confirma o tom de diversão e brincadeira que deveria reinar naquela época do ano. Todavia, pensamentos não são as coisas, e o que ali se vivenciava era um confronto entre civis e militares no Brasil ditatorial do período em que a história é ambientada. As bolas de gude tinham o propósito de fazer tombarem os cavalos da guarda armada. A brincadeira imaginada ficara na coxia, porque era a violência que subia àquele palco de guerra.

Não será difícil o leitor adivinhar o quanto vai ser penosa a adaptação do jovem à cidade grande. Tudo parecia diferente de sua terra natal. O tráfego e seus acidentes, as pessoas e sua agitação urbana, a sirene das ambulâncias e seus doentes, o Rio e seu caos diário. Esse, porém, era o pensamento inicial de Gabriel ao topar com as desventuras cariocas. Mas, retornando ao filósofo, aquilo não eram as coisas, e não vai demorar que o agora jovem adulto descubra que há pontos fortes de contato entre a capital da Guanabara e a isolada ocupação pernambucana. No morro de Santo Amaro, após nos deixar ouvir o drama de vida da personagem Eugênia, o narrador mergulha na reflexão do protagonista:

Gabriel se sentia triste depois de ouvir a história de Eugênia, pois ele sabia que aquela era a mesma história de todos naquela favela e por todo o Brasil. Lembrou-se do que ouvia em Pesqueira sobre as agruras do sertanejo e comparou toda a vivência que estava tendo com os livros que lia.

Pois é, os pensamentos não são as coisas, e Mansur sabe muito bem disso. Mas aqui a linha estoica acaba e a agulha da imaginação já não pode mais remendar o tecido de O filho de Pesqueira com a filosofia de Epiteto. Isso porque, enquanto o pensador romano defendia a total abnegação dos desejos (e, por extensão, das paixões mundanas), nosso escritor constrói uma obra que é de verdadeiro amor. Amor pela leitura e pela literatura, mundos nos quais se abrigaria a potencialidade de mudança do mundo exterior a partir da revolução do próprio mundo interior. Amor pelo Rio e para o Rio, com seus bairros e favelas sempre dilapidados, mas que conservam uma energia cultural igualmente efervescente e apaixonada. Um amor pelas pessoas e suas lutas, com bolas de gude deslocadas de seu tradicional espaço lúdico para servirem de artefato bélico no coração do Brasil. Um amor, por assim dizer, estranhamente perturbador.

A propósito, ainda a respeito dessas bolas de gude, cabe um último comentário. Não pensemos que elas definitivamente deixarão de ser diversão para congelarem-se imutáveis como armas. Assim como o mundo dá voltas, as bolas rolam e os pensamentos não são as coisas. Tudo muda, se transforma, revoluciona, até mesmo elas, as bolas de gude. Mas essa passagem é uma conversa que só terei com quem tiver o prazer de chegar ao final do livro.

2.22.2023

O FILHO DE PESQUEIRA, DE ANDRÉ LUIS MANSUR


 Chegando da pequena cidade de Pesqueira, em Pernambuco, o adolescente Gabriel chega ao Rio de Janeiro no início da década de 70, com uma pequena maleta de madeira e muitos sonhos. Desce na Rodoviária Novo Rio e, enquanto aguarda seus tios, ouve um burburinho do lado de fora. Acha que é uma festa, bem maior do que as de sua pequena cidade, e se mete no meio da multidão, tentando entender o que o povo cantava. Ganha até um saco de bolas de gude.

O que acontece, a partir daí, é o crescimento de um jovem cheio de sonhos, confrontado com um mundo completamente diferente da vida que ele levava, mas motivado pelo desejo de aprender, principalmente quando Gabriel é levado a conhecer a Biblioteca Nacional, um impacto para o jovem acostumado às modestas instalações da Biblioteca de Pesqueira.

O mundo dos livros o desperta para a compreensão das injustiças sociais históricas do Brasil, principalmente quando ele compara a realidade dos sertões e das favelas, muito influenciado por seu tio-avô Ferdinando, um homem de hábitos singulares e que guarda, como pequeno tesouro, a farda de um dos soldados de Antônio Conselheiro que enfrentaram as tropas republicanas. Gabriel ganha do tio-avô um disco, com o samba-enredo "Os Sertões", de 1976, da Escola de Samba "Em Cima da Hora":

"Agora vinha a lembrança do tio Firmino, que o fez acreditar que a frase 'o sertanejo é antes de tudo um forte' era dele e não de Euclides da Cunha. Gabriel se levantou, andou pela casa, sentiu sede, bebeu água, sentiu mais sede, olhou pela janela e viu a cidade urbana onde ele morava, bem distante das suas raízes, raízes que muitas vezes eram a única alimentação do sertanejo. A música continuava, falando de 'um homem revoltado com a sorte', que espalhava a rebeldia e se revoltava contra a lei que a sociedade oferecia, Gabriel se via nesse homem, se sentia em um grupo de jagunços lutando contra a opressão e a injustiça, adormeceu no chão, sonhando com um Brasil justo, sem miséria e covardia".


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André Luís Mansur (Rio de Janeiro, 1969) é jornalista e escritor, autor de 18 livros, nascido no Rio de Janeiro, tendo atuado em veículos importantes da imprensa carioca, como os jornais O Globo, Jornal do Brasil e Tribuna da Imprensa. Apenas no jornal O Globo publicou mais de cem críticas literárias para o caderno “Prosa & Verso”. No bairro de Campo Grande, onde mora, coordenou de 2005 a 2012 o Cineclube Moacyr Bastos, exibindo mais de trezentos filmes gratuitamente.

Seu primeiro livro foi lançado em 2004, o Manual do serrote, de humor. Quatro anos depois lançou seu livro de maior sucesso, O velho oeste carioca, que conta a história da zona oeste do Rio de Janeiro, entre Deodoro e Sepetiba, e que gerou mais dois volumes, lançados em 2012 e 2016.

10.13.2022

LIVROS DE MINHA AUTORIA (De R$ 15 a R$ 25)



SEPETIBA - O BALNEÁRIO CARIOCA (R$ 25) - Livro que narra fatos históricos do bairro de Sepetiba. 

O VELHO OESTE CARIOCA - A História da Zona Oeste do Rio de Janeiro, de Deodoro a Sepetiba. Volume 1 (R$ 20), Volumes 2 e 3 (R$ 25 cada).

MARECHAL HERMES - A HISTÓRIA DE UM BAIRRO - A História deste importantes bairro do subúrbio carioca. (R$ 15)


CRÔNICAS HISTÓRICAS DA ZONA OESTE CARIOCA - O livro tem mais de 50 fotos espalhadas em 23 capítulos sobre a História da região entre Deodoro e Sepetiba. (R$ 20)


FRAGMENTOS DO RIO ANTIGO, VOLUMES 1 E 2 - Livro meu e de Ronaldo Morais no qual abordamos vários temas ligados à História do Rio de Janeiro, com dezenas de fotos tiradas por Ronaldo nos anos 70, 80 e 90. (R$ 25 cada)


TIRADENTES CARIOCA - As relações de Tiradentes com o Rio de Janeiro. (R$ 20)


VIOLÊNCIA NO RIO ANTIGO - Uma panorama histórico da violência no Rio de Janeiro, desde a fundação da cidade até o século XX. (R$ 25)


A INVASÃO FRANCESA DO BRASIL - A invasão do corsário francês Jean François Du Clerc ao Rio de Janeiro, por Guaratiba, em 1710. (R$ 20)


SANTA CRUZ - NOS CAMINHOS DA INDEPENDÊNCIA - O livro de André Luis Mansur e Guaraci Rosa fala da Independência do Brasil, que neste ano completa 200 anos, tendo como foco o bairro de Santa Cruz, que na época ainda não era bairro, mas abrigava a sede da Fazenda de Santa Cruz, uma das mais importantes do Brasil, chamada de a "joia da Coroa Portuguesa". (R$ 25)


COPA DE 50 - Seis contos sobre o nosso cotidiano, sendo que o principal é uma história de amor que se passa em plena Copa do Mundo de 1950, no Brasil. (R$ 15)


O PEÃO POETA - Crônicas que publiquei no meu blog Emendas e Sonetos. (R$ 15)


A REBELIÃO DOS SINAIS - 12 contos e uma peça de teatro sobre a revolta de sinais e acentos por estarei excluídos da internet. (R$ 15)


O POETA - Romance que se passa no interior de SP e que aborda temas como violência contra a mulher, racismo e uso da cultura como política pública. (R$ 20)

O FILHO DE PESQUEIRA (R$ 20)

Livro de ficção. Gabriel chega ao Rio de Janeiro no início dos anos 70, vindo do interior de Pernambuco, e vai, aos poucos, amadurecendo e tomando consciência do seu papel na sociedade.


MANUAL DO SERROTE - Livro de humor sobre o Serrote, aquela pessoa que sempre dá um jeito de alguém pagar as contas dele. (R$ 20)

 

A PRAÇA - Romance que se passa, em sua maior parte, na Praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro, e tem como pano de fundo a prostituição naquela área no ano de 2003. (R$ 20)

9.22.2022

SANTA CRUZ NOS CAMINHOS DA INDEPENDÊNCIA


 Amigas e amigos, chegou da gráfica meu novo livro, "Santa Cruz - nos Caminhos da Independência", escrito em parceria com o professor Guaraci Rosa. A capa é um desenho de Patrícia Irma von Abel, professora e artista plástica do bairro de Paciência.

Em breve marcaremos os lançamentos. 

Segue o release:

SANTA CRUZ - NOS CAMINHOS DA INDEPENDÊNCIA

ANDRÉ LUIS MANSUR E GUARACI ROSA

        "Santa Cruz - Nos caminhos da Independência", livro de André Luis Mansur e Guaraci Rosa, fala da Independência do Brasil, que neste ano completa 200 anos, tendo como foco o bairro de Santa Cruz, que na época ainda não era bairro, mas abrigava a sede da Fazenda de Santa Cruz, uma das mais importantes do Brasil e chamada de a "Joia da Coroa Portuguesa".

        A sede da fazenda, que no período colonial foi propriedade dos jesuítas e chegou a atingir a cidade de Vassouras, passou a ser, após a chegada da Corte portuguesa do Rio de Janeiro, em 1808, o Palácio de Veraneio da Família Real portuguesa. Foi nela que o então príncipe-regente D. Pedro, acompanhado de seu séquito, dormiu na noite de 14 de agosto de 1822, algumas horas após sair da Quinta da Boa Vista, em direção a São Paulo, onde iria apaziguar uma crise política e acabaria por proclamar a Independência do Brasil no dia 7 de setembro.

         Na volta D. Pedro e seu grupo também passariam pela sede da fazenda, lugar que o príncipe conhecia muito bem, já que a frequentava desde criança e foi, também, o lugar onde passou a lua de mel com sua esposa, a princesa Leopoldina, em novembro de 1817. Mansur e Guaraci ressaltam também a importância da Estrada Real de Santa Cruz, a principal via pública do Rio de Janeiro durante muito tempo, ligando a Quinta da Boa Vista a Santa Cruz e que, a partir de 1826, recebeu 11 marcos imperiais, dos quais apenas 5 permanecem em ruas e avenidas que mantém, em sua maior parte, o percurso da antiga Estrada Real.

      Ao percorrerem os caminhos desta importante estrada, os autores enfatizam a importante missão de Paulo Bregaro e Antônio Dias Cordeiro, no dia 2 de setembro, levando os documentos de Lisboa, além das cartas de Leopoldina e José Bonifácio, que iriam provocar o gesto simbólico do "Grito do Ipiranga" por D. Pedro, às margens do Ipiranga. Mansur e Guaraci falam também do importante encontro, para o processo de independência, entre Leopoldina e José Bonifácio em Santa Cruz, no dia 17 de janeiro de 1822, após Bonifácio desembarcar em Sepetiba, vindo de Santos. O livro conta com várias ilustrações, entre pinturas do período retratado, como fotos atuais de alguns dos lugares narrados na história. Como diz o professor e escritor Isra Toledo Tov, no prefácio do livro, os autores "trazem para a historiografia carioca uma obra original e necessária. Falar de um período conturbado da história nacional, tendo como foco a periferia, é o pano de fundo dos capítulos a seguir".

Os autores:

ANDRÉ LUIS MANSUR (Rio de Janeiro, 1969) é jornalista, memorialista e escritor, autor de 17 livros, nascido no bairro de Marechal Hermes, na Zona Norte carioca, tendo atuado em veículos importantes da imprensa carioca, como os jornais O Globo, Jornal do Brasil e Tribuna da Imprensa. Apenas no jornal O Globo publicou mais de cem críticas literárias para o caderno “Prosa & Verso”. No bairro de Campo Grande, onde mora, coordenou de 2005 a 2012 o Cineclube Moacyr Bastos, exibindo mais de trezentos filmes gratuitamente.

Seu primeiro livro foi lançado em 2004, o Manual do serrote, de humor. Quatro anos depois lançou seu livro de maior sucesso, O velho oeste carioca, que conta a história da zona oeste do Rio de Janeiro, entre Deodoro e Sepetiba, e que gerou mais dois volumes, lançados em 2012 e 2016. Seu último livro foi Fragmentos do Rio Antigo, volume II. 

GUARACI ROSA (1968, Rio de Janeiro) é historiador, pesquisador e professor de História, com especialização em História da Cidade do Rio de Janeiro. Um dos fundadores e ex-Coordenador de Estudos, Pesquisas e Projetos da CAMEMPA (Casa da Memória Paciente), entidade localizada no bairro de Paciência, na Zona Oeste carioca. Professor de Hsitória da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Seeduc RJ), colaborou ativamente na publicação de Os dois engenhos de Paciência, de 2019, e Casos matenses, de 2020.

6.22.2022

LIVROS À VENDA


 



O BALÉ QUEBRA-NÓS (R$ 10)

 

Carlos Eduardo Novaes (ilustrações de Vilmar)

 

Trecho da crônica "O fanático":

 

"Os astrólogos diziam que 78 seria um ano regido por Saturno. Pode ser nos outros países, porque no Brasil, antes de Saturno, quem pegou a batuta e o regeu foi a Copa. A Copa, aqui entre nós, conseguiu até dividir o ano em dois, fazendo do mês de junho um marco semelhantes ao nascimento de Cristo na Antiguidade. Todos os compromissos da vida nacional, desde janeiro, giraram em torno da Copa. Eu mesmo, em fevereiro, recusei uma viagem de uma semana à Califórnia, ao verificar que o embarque estava marcado para o dia 3 a.C. (antes da Copa). O editor ainda tentou me convencer, afirmando que haveria transmissão direta da TV para os Estados Unidos:

 

- Não basta, Jaime. E depois do jogo? Com quem eu vou discutir? Discutir futebol com americano? Pelo amor de Deus...

 

E não era só isso. Havia todo um clima do país transformado numa imensa arquibancada: os morteiros, as bandeiras nas janelas e, mais importante, o grito uníssono na hora do gol, o único grito realmente democrático  deste país, desembainhado da garganta de 115 milhões de torcedores".

 

DOSSIÊ BRASIL - As histórias por trás da História recente do país (R$ 15)

 

Geneton Moraes Neto

 

Trecho do livro:

 

"A crise institucional aberta pela renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, terminou frustrando um plano que, se executado, ganharia, com certeza, um lugar de destaque numa antologia mundial dos desvarios políticos: o presidente queria anexar a Guiana Francesa ao território brasileiro, numa operação militar de surpresa - uma investida no estilo da frustrada anexação das ilhas Malvinas pela Argentina, em 1982. A invasão das Malvinas deflagrou uma guerra entre Inglaterra e Argentina. Qual teria sido a reação internacional a uma aventura expansionista brasileira na Guiana Francesa?"

 


MAURO MENDONÇA - Em busca da perfeição (R$ 15)

 

Depoimento a Renato Sérgio - Coleção Aplauso - Perfil

 

Trecho do livro:

 

"Era um elitismo deslavado, um preconceito explícito do pessoal de teatro contra a televisão e, principalmente, contra a novela. Contudo, eu, apesar de ser ator de teatro, tinha um motivo mais do que suficiente para não pensar assim: meu padrão de vida, nosso - da Rosamaria junto - tinha mudado. Inclusive o nosso endereço também era outro, de um pequeno apartamento na sobreloja de um estofador na Rua João Passalacqua, no Bexiga, fomos para uma casa com quintal na Rua Nhambiquaras, em Indianópolis. E foi isso que, pouco a pouco, amenizou a fúria antieletrônica daquela gente. Porque, automaticamente, os que ainda não estavam fazendo novela, foram sendo chamados também. E, docemente, constrangidos, mas regiamente recompensandos, mudavam de opinião".

 

MARIA ADELAIDE AMARAL - A emoção libertária (R$ 15)

 

Depoimento a Tina Dwek

 

"Mas os puristas não foram o único problema de Os Maias. Logo no primeiro capítulo ficou claro que o grande público não fora seduzido pela história. A audiência despencou e acabou se fixando em 14 pontos, e essa foi a massa de telespectadores que nos acompanhou até o final, independentemente da hora em que a minissérie fosse ao ar. E em alguns dias, sobretudo na quarta-feira, ela ia ao ar muito tarde.

Independente da audiência, Os Maias foi um marco de qualidade na televisão brasileira. O rigor artístico, as imagens belíssimas, a fotografia, o guarda-roupa, a cenografia, a música, a direção de arte primorosa de Yurika Yamasaki, e a história, tudo se combinou para que o resultado fosse uma obra superlativa".

 

TATIANA BERLINKY - ...E quem quiser que conte outra (R$ 15)

 

Depoimento a Sérgio Roveri

 

Trecho do livro:

 

"Eu tenho certeza de que esta atitude de mulher durona eu herdei da minha mãe. Muitas vezes eu me lembro de minhas histórias e acho que elas poderiam muito bem ter ocorrido com ela, pois ela teria tomado as mesmas decisões que tomei. Minha mãe me dizia que eu era ruim, você é uma cobra. Porque eu não chorava e não mentia.

 

Esta pose, de certo modo, sempre transpareceu na minha escrita também. Eu escrevi sempre o que eu quis escrever. Meu público-alvo era eu mesma, criança. Tive filhos pequenos, irmãos pequenos. Eu sempre soube como criança reage a algumas coisas."

 




UM LUGAR NO MUNDO - A Argentina e a busca de identidade internacional (R$ 15)

 

José Paradiso

 

"A intenção original deste estudo, nascido sob o calor das controvérsias sobre as orientações diplomáticas do ciclo de transição democrática aberto em 1983, não era fazer uma história da política exterior da Argentina (...), mas encontrar um fio interpretativo para os dilemas que sua inserção internacional apresentou historicamente à Argentina, dando atenção especial aos momentos em que diferentes opiniões e propostas foram confrontadas (...).

 

Trecho do livro:

 

"Entre meados dos anos 1950 e meados da década de 1960, discutiu-se muito a respeito das opções diante do país, propostas por sucessivas equipes econômicas. Por outro lado, houve também controvérsias vigorosas em torno da sequência de políticas exteriores executadas pelos governos civis e militares. Essas divergências continuaram durante a segunda metade da década, embora a partir de então fosse possível identificá-la mais nitidamente como expressões na busca de um novo de relacionamento da Argentina com o mundo. Como ocorrera na década de 1940, o debate sobre as estratégias de desenvolvimento e as orientações diplomáticas teve como referência contextual um cenário internacional que passava por importantes transformações (...)".

 




 

ARY BARROSO... UM TURBILHÃO (R$ 20)

 

Dalila Luciana

 

Biografia de um dos grandes nomes da música brasileira

 

Trecho do livro:

 

"Ary, flamenguista doente, toda vez que seu clube perdia, declarava que não iria mais assistir a uma disputa do mais querido e, mal o Flamengo volta às jornadas gloriosas, esquecia as juras e tornava ao campo de futebol e, assim, aproximando-se a disputa do terrível Fla-Flu de 11 de setembro de 1955, declarou que aquela polêmica entre os dois times iria ter fim, pois o Flamengo iria derrubar o Fluminense num gol espetacular.

 

Haroldo Barbosa, famoso produtor e seu colega de televisão, fez a proposta para Ary:

 

- Vamos apostar os bigodes. Quem perder tira o seu.

 

Mas o Flamengo não ajudou Ary Barroso: perdeu o jogo e o pobre bigode de 25 anos de existência teria de ser raspado".

 


OS MEUS ROMANOS - Alegrias e tristezas de uma educadora alemã no Brasil (R$ 15)

 

Ina von Bizer - (com prefácio de Antônio Callado)

 

"Este é um dos mais curiosos livros de brasiliana publicados no século passado. Trata-se de uma publicação alemã, de mil oitocentos e oitenta e tantos, na qual é narrada a vida de uma professora alemã que viveu na fazenda de uma das velhas fazendas de São Paulo e do Rio de Janeiro. O livro jamais havia sido traduzido e traz um curioso depoimento da vida patriarcal no século passado escrito por uma mulher sensível e culta." (Trecho da apresentação de Paulo Duarte)

 

Trecho do livro:

 

"Os brasileiros dão ótimos advogados, podendo dessa forma aproveitar seu talento declamatório. Dão a vida por falar, mesmo quando não é para dizer nada. Com a eloquência que esbanjam num último discurso, poderiam compor facilmente dez em nossa terra, embora não possuam verdadeira eloquência nem marcada personalidade, falando todos com a mesma cadência tradicional usada em toda e qualquer circunstância. Tudo é exterior, tudo é gesticulação e meia cultura. O fraseado pomposo, a eloquência enfática já são por si próprios falsos e teatrais, mas se você tirar a prova real, se indagar sobre qualquer assunto, não se revelam capazes de fornecer a informação desejada".

 


 


JONAS BLOCH - O ofício de uma paixão (R$ 15)

 

Depoimento a Nilu Lebert (da Coleção Aplauso - Perfil)

 

Trecho do livro:

 

"Minha mãe teve um salão de beleza perto do Cassino da Urca e as vedetes do show do Cassino eram suas clientes. Ainda menino, eu assistia (levado pela minha mãe e escondido) aos espetáculos do teatro de revista. Ela ganhava convites das vedetes e o teatro de revista era sensacional. Apresentava um show variado, com cenas cômicas, sátiras políticas, números musicais, muitas mulheres bonitas e uma produção caprichada. Me encantava ver os excelentes atores que faziam a revista, tão soltos e brincalhões que conseguiam estabelecer um canal de cumplicidade com a plateia. Recebi deles uma ótima influência e acho que isso me fez conseguir os bons resultados nas comédias em que atuei".

 

A CAMISA DO SENADOR (R$ 12)

 

Joel Silveira

 

Este livro reúne 446 textos do jornalista Joel Silveira, vencedor dos prêmios Esso, Jabuti, Golfinho de Ouro, Machado de Assis e Líbero Badaró. São histórias que registram épocas e definem pessoas, que denunciam políticas e enfocam a realidade do dia a dia do país.

 

Trecho do livro:

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              Quem melhor contou a história da Proclamação da nossa República foi Eça de Queiroz: "O Marechal Deodoro da Fonseca - escrevia ele - dá um sinal com uma espada e imediatamente, sem choque, sem ruído, como cenas pintadas que deslizam, a Monarquia, o monarca, o pessoal monárquico, as instituições monárquicas desaparecem. E ante a vista assombrada, surge uma República completa, apetrechada, já provida de bandeira, de hino, de selos do Correio e da bênção de Dom Lacerda (Dom Pedro Maria Lacerda, Arcebispo do Rio de Janeiro), sem atritos, sem confusão, essa República começa logo a funcionar. Nas repartições do Estado, os amanuenses que já tinham lançado no papel dos decretos a velha fórmula - Em nome de sua Majestade, o Imperador - riscam ao ouvir na rua aclamações alegres este dizer anacrônico e sem mesmo molhar novamente a pena, desenrolam no seu melhor cursivo a fórmula recente - Em nome do Presidente da República... E quem saíra tranquilamente, de casa, com o guarda-sol aberto para ir à secretaria entregar um memorial ao Sr. Albuquerque, ministro do Império, encontra o sr. Bocayuva, ministro da República, que sorri e recebe o memorial".

 


PAULO JOSÉ (R$ 15)

 

Depoimento a Tania Carvalho (da Coleção Aplauso - Perfil)

 

Trecho do livro:

 

"E o ator tem de ser modesto, não ceder ao exibicionismo. É preciso sempre dar visibilidade ao personagem e esconder o ator. Muito atores se julgam melhores e maiores do que os personagens que representam. Mas nós sabemos que qualquer personagem é maior do que um ator, e que este deve estar a serviço daquele. E o cinema tem um olho implacável que amplia a falsidade, agiganta a importura. A pequena importura torna-se enorme na tela grande.

 

Na época de O Padre e a Moça já estava morando no Rio, pois tinha vindo com O Arena para a montagem de A Mandrágora. Logo depois, dirigi Carnaval para Principiantes, do Domingos Oliveira Flávio Migliaccio e Eduardo Prado.

 

ILKA SOARES (R$ 15)

 

Depoimento a Wagner de Assis (Coleção Aplauso - Perfil)

 

"Meu primeiro interesse nem foi dramaturgia. Foi mesmo a música. Eu queria ser cantora. Soltava a voz, cantava por todos os lugares. E só cantava música americana. Nos anos 40, nós adorávamos as músicas americanas, tinha aquela aura dos anos dourados, do romantismo. Mais tarde cheguei a gravar algumas músicas, até para trilha de novela eu gravei - para Minha Doce Namorada, do Lírio Panicalli, cujo era Relax. E gravei uma outra para a novela O Homem Que Deve Morrer, com o Tarcísio Meira. Era o Nonato Buzar que coordenava as trilhas naquela época.

 

Meu gosto tinha influência dos musicais americanos, com Alice Faye, Judy Garland, ou dos programas de rádio que tanta força tinham por aqui.

 




IMPRESSÕES DO BRASIL - A IMPRENSA BRASILEIRA ATRAVÉS DOS TEMPOS - RÁDIO - JORNAL - TV (R$ 15)

 

Cláudio Mello e Souza

 

Trecho do livro:

 

"Há, na história de nossa imprensa, um personagem notável, que muito viveu e muito sofreu durante a ditadura Vargas. Foi Aparício Torelly, um gaúcho realmente destemido e um humorista refinado, o que jamais impediu que suas ironias e piadas fizessem a alegria do povo. Em 1933, Torelly dirigia o "Jornal do Povo" e anunciou, então, uma série de reportagens sobre a vida de João Cândido, o líder da Revolta da Chibata. Depois de publicar duas das reportagens previstas, Torelly foi sequestrado por oficiais da Marinha, levado para a Barra daTijuca, surrado por eles e abandonado com a cabeça raspada e em trajes sumários. Convém lembrar que a Barra da Tijuca na época era deserta. Nem por isso Torelly, que depois adotaria o pseudônimo Barão de Itararé, perdeu o humor. Na porta do "Jornal do Povo", mandou fixar uma tabuleta com a seguinte informação: "Entre sem bater".

 


 



 


ERA UMA VEZ FH - O humor da História no Brasil de 1994 a 2002 (R$ 15)

 

Charges de Chico Caruso

 

Trecho do prefácio de Luis Fernando Verissimo:

 

"O Chico vive no futoro. Sabe aquele tempo que a gente imagina quando diz ´um dia ainda vamos rir de tudo isto?´ O Chico já está lá, rindo de tudo isto. Quando nos maravilhamos com uma das suas charges, dizemos ´mas está perfeito´ ou ´é isso mesmo´ ou ´como é que esse cara consegue?´ ou ´que sacada!´, é o mesmo deslumbramento que teríamos diante de qualqeur outro visitante do futuro. Cuja maior vantagem sobre nós, que vivemos neste presente irremediável, é que já teve tempo para pensar nos acontecimentos, descobrir o absurdo que nos escapou na hora, o significado que na época ninguém notou, o humor no que parecia triste e o trágico no que parecia apenas rotina. As sacadas do Chico se explicam porque a sua sacda, o seu ponto de observação, é aquele dia no futuro em que pela primeira vez veremos tudo isto com clareza".

 

LEONARDO VILLAR - GARRA E PAIXÃO (R$ 15)

 

Depoimento dado a Nydia Licia (Da Coleção Aplauso - Perfil)

 

Trecho do livro:

 

"Anselmo penou com a inveja geral que seus prêmios despertaram, mas ele não deixa por menos; em toda entrevista ele faz questão de mencionar: ´A única Palma de Ouro, o Pagador de Promessas´. E é verdade. Você vê o filme, é de uma direção simples, bem acadêmia, tem um ritmo, tem vida, não envelheceu. Você vê os filmes da Vera Cruz, a maioria já envelheceu. Tem uma técnica muito boa, mas a representação, a direção... Fica tudo um pouco teatral, não é?

 

Voltando ao TBC, ainda fiz a peça do Gianfrancesco Guarnieri, A Semente, dirigida por Flávio Rangel. Um texto extraordinário que a censura proibiu na véspera da estreia. Todos nós, atores e técnicos, acampados no teatro, recebíamos a solidariedade dos colegas de outras companhias".

 

SÉRGIO VIOTTI - O CAVALHEIRO DAS ARTES (R$ 15)

 

Depoimento dado a Nilu Lebert

 

Trecho do livro:

 

"Em 97 fiz uma participação em Xica da Silva, na Manchete, trabalho que não encheu minha alma de alegria e, além do mais, eu tenho horror a usar peruca de época. Invariavelmente fico com cara de imbecil. Contrariando os bons avisos de Dorival Carper, que me preveniu que eu não devia me lançar à aventura de encenar um espetáculo-solo (que eu imaginava ingenuamente ser humorístico), Humoresque, enfrentei o meu primeiro estrondoso fracasso. Não me arrependo. Não há nada como se fazer algo que resulte em aprendizado. Tudo que aprendi vai me valer pelo resto da vida que me sobra".

 



 

GONZAGUINHA E GONZAGÃO – Uma história brasileira (R$ 25)

Regina Echeverria

Ao relatar a trajetória dos dois artistas, a autora passeia por esse país de espantosa transformação em menos de um século, na música, na política, nos costumes, além de traçar os encontros e desencontros entre pai e filho, uma história legitimamente brasileira de dois representantes de nossa cultura, mas que também resgata nossas memórias pessoais, pois nos legaram imagens únicas e forma de música e atitude que são lembradas por tanta gente e com muita emoção.

Trecho do livro:

“Em 1953, Luiz Gonzaga achou o chapéu de couro insuficiente como traje típico de apresentação. Trocou o terno de casimira por um gibão de couro, a gravata por uma cartucheira, o sapato de verniz por sandálias. Mudou também o chapéu, escolhendo um maior e mais parecido com o de Lampião. Ao gibão, foi bem mais difícil de se adaptar. Além de incômodo para vestir, limitava seus movimentos. Mas Gonzaga assistiu a uma apresentação do cantor Luiz Vieira, que o usava sobre o ombro:

- Tive a mesma ideia. Fui ao espelho e coloquei aqui, coloquei do outro lado. Emendei as duas correias na frente do pescoço, mas aquilo me enforcava. Fui procurando um jeito até ele cair bem. Aí fiquei lorde”.

      

REVOLTAS, REPÚBLICAS E CIDADANIA – NOVA YORK E RIO DE JANEIRO NA CONSOLIDAÇÃO DA ORDEM REPUBLICANA (R$ 18)

Marco A. Pamplona

“Este estudo concentra-se, sobretudo, nas cidades de Nova York e Rio de Janeiro. Cenários importantes da vida política de seus países, estas cidades expressavam complexos bastante particulares das sociedades às quais pertenciam. Nascidas sociedades portuárias, ambas rapidamente se tornaram centros nevrálgicos das atividades comerciais e manufatureiras desenvolvidas em cada país.

Devido às respectivas populações de negros livres e libertos e de trabalhadores imigrantes que cresciam em número, ao longo do século XIX, os conflitos sociais nessas cidades podiam aparecer de forma mais polarizada e assim expor as principais contradições de suas sociedades. A forma como foram enfrentados revelava, desde então, diferentes projetos de cidadania em construção, cada qual excludente ao seu modo”.

VISCONDE DE CAIRU – VIDA E OBRA (R$ 18)

Elysio de Oliveira Belchior

Trecho do livro:

“No Rio de Janeiro, as notícias procedentes de Lisboa e as informações chegadas das capitanias revoltadas, terminaram com o ambiente tranquilo até então reinante e motivaram o decreto de 18 de fevereiro de 1821, no qual D. João VI, procurando atender, pelo menos em parte, as reivindicações portuguesas, estabelecia a partida de D. Pedro para a Europa; convocava procuradores das cidades e principais vilas do Brasil, ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde e criava uma comissão para preparar a reunião destes procuradores. Ilustres servidores e conselheiros da Coroa foram nomeados por decreto de 23 de fevereiro para interrogar esta comissão, da qual, salientando o prestígio que desfrutava, fazia parte José da Silva Lisboa”.



ENIGMAS E MISTÉRIOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (R$ 18)

Desaparições, mortes e acontecimentos ainda sem explicação do maior conflito bélico da História

Jesús Hernández

Alguns dos capítulos do livro:

- A Batalha de Los Angeles

- Glenn Miller, o desaparecimento de um mito

- O último voo de Saint-Exupéry

- O submarino que podia ter mudado a História

- O que aconteceu com o cadáver de Hitler?

- Foo Fighters, as luzes voadoras

- A bomba atômica nazista

- Estranhos acontecimentos nas Bermudas

TOPOI – REVISTA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL DA UFRJ (nº 10) – (R$ 15)

Alguns dos artigos:

- Cruzando o Atlãntico: etnias africanas nas Américas

Gwendolyn Midlo Hall

- Sobre feitiços e ritos: enfermidades e cura nas reduções jesuítico-guaranis, século XVII

Eliane Cristina Deckmann Fleck

- Alguns aspectos da questão sanitária das cidades de Portugal e suas colônias: dos saberes olfativos medievais à emergência de uma ciência da salubridade iluminista

Magnus Roberto de Mello Pereira

- Muito além do céu: Escravidão e estratégias de liberdade no Paraná do século XIX

Mirian Hartung

- Remediados senhores: a sociedade escravista carioca no Oitocentos

Douglas Cole Libby



GOTA D´ÁGUA (R$ 12)

Peça de Chico Buarque e Paulo Pontes

“Gota D´Água é uma Medeia moderna e brasileira. Os talentos de Chico Buarque e Paulo Pontes se reuniram para revitalizar o teatro clássico de Eurípedes, escrito quase meio milênio antes de Cristo, submetentodo-o a uma injeção de nossa realidade urbana.

Com os seus personagens, os autores traçam um quadro bem sucedido de uma realidade que é toda nossa, mas que é também, por extensão, a realidade de todos os pequenos deste mundo, aqueles que sofrem na carne as contradições e as injustiças de uma sociedade sorridente, mas implacável com os seu humilhados e ofendidos”.

LITERATURA BRASILEIRA – DEPOIS DAS UTOPIAS (R$ 12)

Coleção Tempo Brasileiro

Alguns dos artigos:

- O desafio crítico da ´Cidade de Deus´

Cléa Côrrea Mello

- Miguel e o dragão, Cidade e violência em “O matador”, de Patrícia Melo

Ana Cláudia Giassone

- Do flâneur ao voyeur: a crise da (s) modernidade (s)

- De Ópera, cenas urbanas e outras burlas na narrativa brasileira contemporânea

Ivo Lucchesi

- Morrer em Manaus: os avatares da memória em Milton Hatoun


 



MATARAM O PRESIDENTE – MEMÓRIAS DO PISOLEIRO QUE MUDOU A HISTÓRIA DO BRASIL (R$ 15)

Alcino João do Nascimento, Palmério Dória de Vasconcelos, Joel Rufino dos Santos e Hamilton Almeida Filho

Mataram o presidente! reúne os depoimentos mais importantes dos homens que provocaram o suicídio de Getúlio Vargas: Carlos Lacerda, Alcino João do Nascimento (acusado de ser o pistoleiro contratado para executar o “crime da Rua Tonelero”) e muitas outras personagens. Em seu depoimento, Alcino afirma: “Nunca houve plano para matar Lacerda”. Ele passou 22 anos preso e, segundo seu depoimento, o “atentado da Rua Tonelero” não passou de uma hábil manobra política, “fabricada”, possivelmente, fora de nossas fronteiras nacionais.



O CLUBE DOS ANJOS (R$ 12)

Luis Fernando Verissimo

“O Clube dos Anjos, de Luis Fernando Verissimo, é uma insólita e bem-humorada celebração da gula. O livro conta a história de dez homens que se entregaram a esta afinidade animal, a fome em bando - sem temer a morte. Na verdade, a perspectiva de morrer só aumentaria, para eles, o prazer na comida, e o desafio filosófico da gastronomia: a apreciação que exige a destruição do apreciado.

Tudo começa com pequenas reuniões diárias no "Bar do Alberi", onde o prato principal era o picadinho com banana, evoluindo depois para jantares semanais em bons restaurantes, passando a frequentar lugares de melhor qualidade tanto em ambiente quanto na comida, e chegando por fim a jantares mensais nas residências dos membros do clube. Isso até um perverso e misterioso cozinheiro aparece.”


ROSA CÉLIA (R$ 15)

Depoimento a Cláudio Figueiredo (livro comautógrafo da autora)

O currículo é extenso. Estudos e atuação no Brasil, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Trabalhos em publicações médicas nacionais e internacionais. Palestrante em vários congressos. Membro de diversas associações médicas. Cerca de 30 honrarias. Mas tudo isso é muito pouco para descrever a cardiologista infantil Dra. Rosa Celia Pimentel Barbosa. A médica, que nasceu em Palmeira dos Índios, Alagoas, venceu grandes desafios desde a sua infância num internato, passando por muitos recomeços, até fundar o Hospital Pediátrico Pro Criança Jutta Batista, em 2014, para dar continuidade e sustentabilidade ao projeto social Pró Criança Cardíaca, criado por ela em 1996, que já atendeu, gratuitamente, milhares de crianças cardíacas carentes. “O importante era não me perder neste caminho cheio de obstáculos e não esquecer que o que me levou a tudo isto foi a vontade de servir ao próximo”.

Trecho do livro:

“Tudo isso foi importante quando trabalhei no Hospital da Lagoa, chefiando o Departamento de Cardiologia Pediátrica. Dispúnhamos de excelente sala de hemodinâmica, local onde se realiza o cateterismo cardíaco. Para poder tratar bem a criança cardiopata, é fundamental que a hemodinâmica e os recursos cirúrgicos estejam no mesmo hospital. No Hospital da Lagoa, isso era possível. Mas implantar novas técnicas para o cateterismo pediátrico não foi tarefa fácil. Inicialmente, o procedimento era realizado pela equipe cateterizadora de adultos. Primeiro, precisava mudar a idéia de que a criança não é um adulto pequeno. Não usar anestesia geral no procedimento, puncionar os vasos em vez de dissecar, isso era bem mais trabalhoso, mas, sem dúvida alguma, era melhor para a criança e menos dispendioso para o hospital”.


DE COLOMBO A KUBITSCHEK – HISTÓRIAS DO BRASIL (R$ 15)

Eduardo Almeida Reis

Trecho do livro:

“Cabral, já naquele tempo, não devia fazer muita fé na eficiência dos nossos correios, pois resolveu mandar por emissário próprio a carta em que Pero Vaz de Caminha dava notícia a el-rei da ´descoberta´ das novas terras. O escolhido para a tarefa foi o Sr. Gaspar de Lemos, que se fez ao mar no princípio de maio de 1500, comandando o barco de mantimentos. Escusado é dizer que a comezaina e a vinhaça foram transferidas para as outras naus, que largaram para as Índias no dia 2 do mesmo mês. Com o naufrágio de vários navios no cabo da Boa Esperança, perdeu-se apreciável estoque de bacalhau e vinho verde.

Vaz Caminha seguia para o Oriente nas elevadas funções de escrivão da coroa, e aproveitou sua carta para inaugurar, em solo tupiniquim, a instituição do pistolão ao pedir ao Rei Dom Manuel, no mesmo documento em que dava notícias da nova terra, ´que, por me fazer singular mercê mande vir da ilha de São José a Jorge de Osório, meu genro´...”


MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE JOÃO MIRAMAR (R$ 10)

Oswald de Andrade

Desde sua publicação, em 1924, Memórias sentimentais de João Miramar vem sendo saudado como um dos textos mais instigantes da prosa brasileira. Construído a partir de 163 fragmentos de gêneros diversos, o romance de Oswald de Andrade é um dos abre-alas do modernismo e um precursor das poéticas contemporâneas.


O romance retraça a vida de João Miramar, uma espécie de caricatura do homem das classes mais favorecidas - herdeiro da cultura do café, fascinado pelas coisas estrangeiras, distante do cotidiano brasileiro. É uma sátira, selvagem e por vezes melancólica, do veio memorialista da literatura brasileira, em que os filhos das famílias mais abastadas reescrevem sua própria trajetória.



O ANÔNIMO CÉLEBRE (R$ 15)

Ignácio de Loyola Brandão

“Como ser famoso, partindo do anonimato absoluto?

O romance de Ignácio de Loyola Brandão, O Anônimo Célebre (Global Editora, 200 págs), discute essa questão detonando de maneira sarcástica, impiedosa e às vezes cruel o mundo das celebridades e dos loucos pela fama.

Narrado do ponto de vista de um ator que precisa se manter em evidência a qualquer custo, o romance retoma as experiências formais de livros impactantes como Zero, de 1975.”

BRASIL EM PERSPECTIVA (R$ 12)

Carlos Guilherme Mota (org.)

Alguns dos capítulos:

- Expansão europeia e descobrimento do Brasil

Manuel Nunes Dias

- O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial

Fernando A. Novais

- O Brasil monárquico em face das repúblicas americanas

José Ribeiro Júnior

- O processo-político partidário na primeira república

Maria do Carmo Campello de Souza

- O golpe de 37 e o Estado Novo

Lourdes Sola


GALO DAS TREVAS (R$ 12)

Pedro Nava


Estilista consumado, dono de um fraseado em que mescla, a um só tempo, a observação irônica, a viagem sentimental, o detalhismo sensorial e a musicalidade de alguém que leu atentamente Machado, Proust e os modernistas, Pedro Nava faz deste Galo das trevas mais um monumento definitivo de nossa prosa memorialista. Poucas páginas em língua portuguesa descrevem com tanta beleza e inteligência as noites em claro, não raras vezes desesperadoras, provocadas pela insônia, essa satânica inimiga do descanso do corpo e dos sentidos. E Nava vai além: como nos volumes anteriores das Memórias, este é mais um passeio pela trajetória do autor e pela própria história do Brasil. Uma narrativa em que público e privado, campo e cidade, ignorância e ilustração, pobreza e opulência se misturam, produzindo um painel amplo e fecundo de nossa vida íntima e social. Dividido em duas seções, "Negro" e "O branco e marrom", Galo das trevas foi escrito entre 1978 e 1980, quando o autor, já consagrado pelos quatro volumes anteriores, dava pleno prosseguimento ao seu projeto literário, um dos mais ambiciosos de nossas letras. Acompanhamos nessas páginas o balanço autobiográfico, as observações (atiladas, como de costume) sobre o presente do país, a narrativa - esclarecedora sobre um Brasil do passado - a partir de suas desventuras como médico nos grotões do mundo rural, ainda intocado pela modernidade, e lampejos sobre a Revolução de 30, que deixaria marcas indeléveis em sua geração. Por essas razões, o ciclo memorialístico de Pedro Nava vem sendo saudado, desde seu aparecimento há quarenta anos, como um dos mais poderosos momentos da prosa e da sensibilidade brasileiras.

BRASILEIROS E PORTUGUESES – CONTRIBUIÇÃO PARA AS COMEMORAÇÕES DO V CENTENÁRIO DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL – R$ 18

Herculano Gomes Mathias

Da coleção Afrânio Peixoto, da Academia Brasileira de Letras

Alguns dos artigos:

- A invasão de Portugal em 1807 e os benefícios proporcionados ao Brasil com a transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro

- Uma brecha no relacionamento luso-brasileiro – A guerra da Independência

- O Hino da Independência: composição musical luso-brasileira

- Brasileiros e portugueses fundam o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

- Logradouros da cidade do Rio de Janeiro com nomes portugueses




O BRAÇO DIREITO (R$ 12)

Otto Lara Resende

Laurindo Flores é o zelador do Asilo da Misericórdia, na fictícia Lagedo, pequena cidade em Minas Gerais. Em seu diário, ele descreve seu dia a dia num casarão condenado, prestes a desabar, cuidando de crianças órfãs. Ao mesmo tempo que é capaz de praticar gestos covardes, e até mesmo atrozes, o protagonista alimenta o sonho de apagar seus erros e alcançar a redenção.

"Poderoso e estranho", com linguagem "habilmente construída pelo romancista", nas palavras do professor Antonio Candido, O braço direito é um romance magistral. Otto Lara Resende convida o leitor a mergulhar nos pensamentos de um personagem tacanho e conhecer um universo engenhosamente lapidado, feito de ressentimento e insignificância. O volume inclui posfácio da escritora Ana Miranda, que trabalhou arduamente, junto com o autor, na revisão final do livro.


ÀS MARGENS DO SENA (R$ 12)

Reali Jr. (depoimento a Gianni Carta)

Depoimento de Reali Jr., importante jornalista brasileiro e correspondente no exterior durante 35 anos. Faleceu em 2011.

Trecho do livro:

“Em 1975, acompanhei a morte de Franco na Espanha. Em Madri, os próprios espanhóis diziam o seguinte: na Espanha será diferente da Revolução dos Cravos. De fato, em relação ao que presenciei em Portugal, não ocorreu nada de comparável na Espanha. Foi tranquila a transição espanhola. Contudo, pairava no ar uma grande expectativa após a morte de Franco. Havia aqueles grupos de direita franquista que sentiam uma forte nostalgia pelo ditador, especialmente nos primeiros momentos depois da sua morte. Do meu ponto de vista, era inacreditável que pudessem pensar dessa forma

TRÊS FACES DE UMA CIDADE (R$ 15)

José Aparecido de Oliveira

Um pouco da História de Brasília na visão de um de seus ex-governadores mais conhecidos.

Trecho do livro:

“Proclamada a Independência, e eleita a primeira Assembleia Constituinte, José Bonifácio voltou a defender a necessidade de se interiorizar a Capital do Império. No documento, que apresentou à Assembleia em 9 de julho de 1823, sugere o nome de Brasília ou de Petrópole para a cidade a ser construída, nas imediações de Paracatu, em Minas Gerais, que dista desta Capital 234 quilômetros.

Em 1834, a tese ganhou novo defensor na pessoa do dipomata e historiador Francisco Adolfo Varnhagen. Até 1850, através de artigos, estudos e memoriais, insistiu na questão, apontando as questões administrativas, sociais, econômicas, financeiras e estratégicas, que determinavam a mudança. Em 1877, já então Visconde de Porto Seguro, visitou o Planalto Central, escrevendo, da cidade de Formosa, que fica a 90 km de Brasília, uma carta ao Ministro da Agricultura, Tomás José Coelho de Andrade, em que praticamente aponta, como sítio idela para sede do Governo, o território que hoje forma o Distrito Federal”.


COLEÇÃO GENTE - MILLÔR

Livro ilustrado com o depoimento de Millôr Fernandes sobre a sua vida.

Trecho do livro:

"Eu estudava em escola pública. Numa escola chamada Ennes de Souza, no Méier. Quem ia para o subúrbio, vindo da cidade, ficava à esquerda. O lado do jardim é o outro, onde havia três cinemas. Um luxo. O Drummond tem um verso em que ele fala do Méier. Ele, vindo de Minas, percebia o encantamento de lá e dizia: ´A perplexidade do Méier / dois cinemas dos dois lados /com duas bilheterias / cada qual mais bonita do que a outra / e dois jardins´.

Mas a escola era desse lado mesmo, a gente subia o morro, uma ladeira íngreme. Naquela época, era de lama, porque as ruas calçadas são um acontecimento novo na história da humanidade".


MAURO RIBEIRO VIEGAS – A construção de uma vida (R$ 15)

Lilian Fontes

"São inúmeras as histórias que abragem a esfera pública, acadêmica e privada de Mauro: diretor da Fundação Parques e Jardins, secretário geral de Viação e Obras Públicas do Rio de Janeiro, participante na construção de Brasília com a empresa que viria a ser a Concremat, membro do Rotary Club do Rio de Janeiro, professor universitário, provedor da Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro e agora, recentemente, premiado Personalidade Brasil Meio Ambiente. Um sujeito incansável. Seu determinismo, sua convicção pessoal e seu entusiasmo fizeram com que se lançasse em empreendimentos muitas vezes arriscados. Ler sobre a vida deste homem é passear pela história do nosso país; é conhecer mais sobre a Cidade do Rio de Janeiro, suas políticas, seus entraves." (Lilian Fontes)

Trecho do livro:

“As primeiras instituições de ensino superior no Brasil foram criadas com a chegada da Família Real portuguesa, em 1808, quando surgiram as escolas de Medicina na Bahia (fevereiro de 1808) e no Rio de Janeiro (novembro de 1808), onde também foi criada a Escola de Engenharia (1810) – ainda com um cunho estritamente profissionalizante. Apenas na década de 1930 houve uma mudança significativa no rumo do ensino superior, devido aos movimentos de renovação social, política e cultural que surgiram na época, como as greves operárias, a Semana de Arte Moderna (1922), a criação da Academia Brasileira de Ciências (1922) e da Associação Brasileira de Educação (!924)

O professor Mauro acompanhara esse processo enquanto freqüentava o curo de Arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, participando dos movimentos estudantis e sendo um dos responsáveis pela criação da Faculdade Nacional de Arquitetura”.

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IMPRENSA REVOLUCIONÁRIA – O JORNAL COMO AGENTE POLITIZADO (R$ 15)

Da série “Cadernos das Comunicação”, da prefeitura do Rio de Janeiro.

Redação e pesquisa: Heloisa Marra e Wilson Moreira

Trecho do livro:

“Desde seu aparecimento, em junho de 1808, quando Hipólito da Costa fundou em Londres o Correio Braziliense – primeiro jornal em língua portuguesa a circular no Brasil – até o ano de 1889, a imprensa brasileira pode ser identificadas pelo engajamento nas lutas políticas e no debate de questões sociais daqueles tempos, como a abolição da escravatura, o movimento pela Independência, a erosão política da monarquia, da nobreza e do clero, a proclamação da República. Hipólito da Costa foi um pioneiro que introduziu, no exercício do incipiente jornalismo brasileiro, uma forte capacidade analítica, aliada ao senso crítico, fatores essenciais a uma imprensa construtiva”.

O BRASIL DA ABERTURA – DE 1974 À CONSTITUINTE (R$ 15)

Marly Rodrigues

Da coleção ‘História em documentos”

Trecho do livro:

“Na década de 80, os movimentos grevistas não se restringiram apenas aos metalúrgicos e ao ABC paulista. Em outras cidades do estado e em outros estados da federação, a greve vem sendo utilizada como instrumento de reivindicação por diversas categorias profissionais, cujo nível de vida também está sendo rebaixado.

A luta por melhores condições de trabalho ultrapassou o setor urbano. Em vários estados brasileiros os trabalhadores rurais cruzaram os braços, reivindicando salários mais justos e mais direitos trabalhistas.


  • UMA INTRODUÇÃO POLÍTICA AOS QUADRINHOS (R$ 15)

    Moacyr Cirne

    Moacyr Cirne é um nome indissociável da teoria dos quadrinhos no Brasil. Desde A Explosão Criativa dos Quadrinhos, em 1970, tem estado no centro de estudos que privilegiam este campo da indústria cultural.

    Trecho do livro:

    “O quadrinho estruturalmente moderno começa em 1946, nos Estados Unidos, quando Will Eisner resolve redimensionar o arcabouço formal da série Spirit, que fora lançada por ele mesmo em 1940. O novo The Spirit está para os quadrinhos assim como os principais filmes de Orson Welles estão para o cinema: com a sua grafia narrativa atingindo a máxima temperatura significante, seja pela ´iluminação´ expressionista das imagens, seja pelas imprevisíveis angulações dos planos, seja pela articulação sóbria (mas extremamente criativa) dos quadros em cada página”.

    MAR SEM FIM (R$ 20)

    Amyr Klink

    A viagem relatada em “Mar sem fim” começa numa data curiosa: 31 de outubro de 1998, Dia das Bruxas. Foi nesse dia que Amyr Klink deixou a mulher, Marina, e as filhas em Paraty, decidido a realizar o grande projeto de sua vida: sua primeira volta ao mundo, realizada nas águas da Convergência Antártica - notável e precisa fronteira entre as águas frias do Norte e as águas geladas da Antártica.

    Ali estão os mares mais perigosos do planeta. Um percurso considerado um desafio, mesmo com os equipamentos sofisticados da navegação moderna. Amyr foi o primeiro a realizá-lo, navegando sozinho no veleiro Paratii. Foram 141 dias no mar. Um verão inteiro viajando em latitudes onde o sol nunca se esconde, enfrentando um mar temperamental, às vezes extremamente violento, com períodos de nenhuma visibilidade, muito gelo, vento forte, e o tempo todo submetido a uma rotina que não permitia mais do que cinco horas de sono não contínuo por dia. Dezoito mil milhas navegadas, 12.240 das quais sem pisar em terra, e com muitos sustos, como quando por pouco não ocorre uma colisão entre o Paratii e um gigantesco iceberg. O réveillon de Amyr, em meio a uma tempestade aparentemente eterna, tem um sabor de pesadelo. E, ao mesmo tempo, o deslumbramento: miragens de ilhas, a visão de um cachalote e da rica fauna marinha.



    O HOMEM PORTUGUÊS E O BRASIL (R$ 15)

    A.  Gomes da Costa

     

    Trecho do livro:

    “As relações luso-brasileiras tiveram sempre um fio condutor e permanente, constituído desde a primeira metade do século XIX. Raras vezes, entretanto, os governos, sobretudo os d´além-Atlântico, souberam utilizar essa comunidade para fortalecer os vínculos entre os dois países, em termos políticos, culturais, econômicos, culturais e sociais.

    São poucos os exemplos de ajuda oficial. Lembremos das verbas orçamentárias para o repatriamento dos doentes marginalizados e das leis de 1923 e 1935 que mandaram incluir a biblioteca do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro como beneficiária do “depósito legal”, para que passasse a receber obrigatoriamente um exemplar dos livros editados no país.”

    UM TERNO DE PÁSSAROS AO SUL (R$ 15)

    Carpinejar

    Celebrando os dez anos de trajetória do poeta Fabrício Carpinejar, a Editora Bertrand Brasil apresenta a edição revista, com poemas inéditos, de Um terno de pássaros ao sul, o segundo livro do autor. Num embate dramático, a obra representa o diálogo derradeiro de um filho com seu pai ausente. O pai já estará morto? Será que ainda dá tempo de limpar as desavenças e resgatar a amizade? É um acerto de contas em que o pai escritor é questionado por ter saído cedo de casa: o filho pede o retorno paterno ao pampa, sua terra natal, tenta romper o silêncio e entender seu distanciamento, demonstra o amor ainda que pela briga, raiva e saudade. Aclamada pela crítica como uma versão do clássico Carta ao pai, de Franz Kafka, escrita em versos, é uma obra emocionante e contundente do autor de Cinco Marias.

    Trecho do livro:

    “toma o que é livre

    e não restará voo

    de nossa carne,

     

    como se o corpo

    houvesse sido imaginado

    Volta ao pampa, pai.

     

    Ao baixar o olhar de um morto

    é preciso o pânico de ir junto,

    puxar o ronco da cisterna

     

    ao tranco das cordas.

    A vida deu o que poderias gastar,

    e perdulário gastaste



  • ODYLO COSTA, FILHO (R$ 15)

    Da coleção “Perfis do Rio”

    Cecilia Costa

    Não peçam a Cecilia Costa objetividade no perfil de seu tio Odylo Costa, filho. Ela afirma que para ser fria, objetiva e distante precisaria nascer de novo, esquecer tudo, abandonar a carne. Teria que ser de outra família, e não dessa que trouxe do nordeste o amor pelas letras. Pois o perfilado neste livro é um mito da família Costa, um homem com quatro faces: a cultura, o jornalismo, o coração e a poesia.

    Trecho do livro:

    “Foi em 21 de dezembro de 1956 que Odylo chegou ao Jornal do Brasil, de luto pela morte do pai. Durante idas e vindas às margens do Parnaíba, para acompanhar os últimos dias do velho desembargador, que morreu com mais de 80 anos, Odylo, com a intermediação da condessa, travou várias conversas com Nascimento Brito, em restaurantes na rua do Lavradio, como o Tim-Tim-por-Tim-Tim, nas quais o genro e o amigo de Maurina começaram a conversar sobre os novos rumos do jornal. Que nesse ano de 1956 já apresentava uma grande novidade: um simplesmente que saía aos domingos, mas que depois passou a sair aos sábados, e que estava dando o que falar na imprensa brasileira, mas em círculos mais exigentes, os literários e os culturais”.


  • EROS UMA VEZ (R$ 12)

    Millôr Fernandes

    Trecho do conto “Música, divina música!”

    Tanto duvidaram dele, da teoria daquele jovem gênio musical, que ele resolveu provar para si mesmo que não existem animais selvagens. Que os animais são tão ou mais sensíveis do que os seres humanos. E que são sensíveis sobretudo ao envolvimento da música, quando esta é competentemente interpretada. Por isso, uma noite, esgueirou-se sozinho pra dentro do jardim zoológico da cidade e, silenciosamente, se aproximou da jaula dos orangotangos. Começou a tocar baixinho, bem suave, a sua magnífica flauta doce, ao mesmo tempo em que abria a porta da jaula”.

  • A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (R$ 10)

  • Luiz Cesar B. Rodrigues

    Da série “Discutindo a História”

    Trecho do livro:

    “De fato, o conflito iniciado em agosto de 1914, em matéria de atrocidades, teve um papel pioneiro. As inovações científicas da sociedade industrial permitiram que, ao longo dos quatro anos de hostilidades, numerosas pessoas fossem sepultadas no fundo dos oceanos, milhões de vítimas de gases tóxicos internadas nos hospitais e, não menos terrível, que deportados e populações inteiras descoladas experimentassem o universo dos campos de prisioneiros. Não estávamos mais no século XIX, pois a tecnologia do terror em escaça maciça é, sem dúvida, um dos principais inventos do nossos tempo”.

DUPLA EXPOSIÇÃO (R$ 25)

Renato Sérgio

Biografia de Sérgio Porto, com ênfase em seu famoso pseudônimo Stanilslaw Ponte Preta

Trecho do livro:

“Foi assim que em outubro de 1956 abriu-se o pano do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Haroldo Costa como Orfeu, Daisy Paiva como Eurídice, o cantor Cyro Monteiro como Apolo, Zeni Pereira como Clío, Adalberto Silva como Plutão, Chica Xavier como a Dama Negra, liderando um grande elenco. Do coro, onde Waldir Maia era o Corifeu, também fazia parte o já campeão mundial de salto triplo, Ademar Ferreira da Silva. Os cenários eram de Oscar Niemeyer e a trilha musical de Antônio Carlos Jobim, um ilustre desconhecido. Foi o embrião da frutífera parceria Tom & Vinicius. E entre as músicas compostas especialmente para a peça, uma alçou vôo e teve vida própria: Se todos fossem iguais a você”.


O CERCO DA LAPA E SEUS HERÓIS (R$ 10)

 David Carneiro

Poucas cidades no país têm memórias de uma guerra ou conflito armado. A Lapa (PR) guarda até hoje, nos muros de algumas casas centenárias, as marcas dos tiros do episódio conhecido como Cerco da Lapa, no qual o exército local conteve o avanço da Revolução Federalista, que pretendia instituir sua própria forma de governo no Sul por rejeitar a República. Hoje intitulada a “Cidade dos Heróis”, a Lapa faz da sua importância histórica um atrativo turístico. Vários pequenos museus são dedicados a reconstituir os momentos que marcaram os 26 dias de resistência de um grupo composto por militares e civis voluntários quatro vezes menor do que as tropas federalistas que os ameaçavam.

Trecho da apresentação do livro:

“Gumercindo Saraiva comanda a tropas federalistas, que marcham em direção à capital federal. No caminho, apossam-se da guarnição de Santa Catarina e ameaçam o Paraná. A região escolhida para a defesa é a dos campos da Lapa. A responsabilidade é confiada a um dos chefes militares da Guerra do Paraguai, o coronel Antônio Gomes Carneiro. A Lapa resiste por dois longos meses e só sucumbe quando o seu comandante cai mortalmente ferido”.

UMA ALEGRIA SELVAGEM - A VIDA DE SANTOS DUMONT  (R$ 15)

Bia Hetzel

Ilustrações de Graça Lima

Trecho do livro:

“Em 1891, automóveis eram raros até mesmo na Europa. O Peugeot de rodas altas e 3, 5 cavalos de força que Alberto adquiriu na fábrica de Valentigney atraía enorme curiosidade em seus passeios. Em Paria, não havia ainda licença nem exames que habilitassem os motoristas. Cada um se virava como podia para dirigir a nova invenção pelas ruas da metrópole. Na praça do Ópera, por exemplo, e resolvesse estacionar, Alberto logo percebeu que se formava tal multidão à sua volta que o trânsito tornava-se um caos.

Mas o carro não foi o único motivo de alegria para Alberto, no período em que conviveu com a convalescença do pais: na véspera de deixar Paris, um episódio voltou a despertar em sua mente, com mais força do que nunca, o sonho de conquistar o ar”.


TRINTA ANOS DEPOIS DA VOLTA (R$ 25)
Livro ricamente ilustrado sobre a participação da Força Expedicionária Brasil na II Guerra Mundial.
Texto de Octavio Costa e desenhos de Carlos Scliar.
Trecho do livro:
“O dia 21 de fevereiro de 1945 assinala a vitória de Monte Castelo. Não foi ainda sem muito sacrifício e heroísmo que se tornou possível ao soldado brasileiro sufocar as últimas resistências alemãs no alto da elevação e vencer os combates subsequentes de La Serra e Caselina, que se prolongavam até o dia 25 e consolidavam a extraordinária conquista.

Após a conquista de Monte Castelo, prosseguiu a ofensiva do Plano Encore. Enquanto os americanos investiam em Castel D´Aiano e Monte Della Castellana, a FEB atacava as posições inimigas de Monte Soprassosso e Castelnuovo, baluartes últimos de nazistas debruçados sobre a estrada de Pistóia para Vergato. Castelnuovo completava, assim, o papel de Monte Castelo nessa ofensiva limitada com que o IV Corpo buscava alturas, observatórios, linhas de partida, preparando a grande Ofensiva da Primavera”.


A TERRA, CASA DE TODOS! - DESAFIOS DO SANEAMENTO

BÁSICO (R$ 15)

Fernando Carraro

João convida o amigo Daniel, estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária, para passar o réveillon com ele. Acontece que os coletores de lixo da cidade fazem greve naquele fim de ano. O lixo se acumula nas ruas. Ao ver a cidade daquele jeito, o visitante lidera um abaixo-assinado exigindo solução imediata para o problema. Uma história incrível sobre cidadania e solidariedade, com dias de saneamento básico, voltada para o público infanto-juvenil. As ilustrações são de Isabela Santos.

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – CONCRETIZAÇÃO DE UM IDEAL (R$ 20)

Maria Celina D´Araujo (organizadora)

Um pouco da história desta importante instituição brasileira.

Trecho da apresentação do livro:

“Para a realização deste trabalho foram realizadas, com a colaboração de Lucia Hippolito, 39 entrevistas, num total de 62 horas. Foram ainda utilizadas entrevistas do acervo do CPDOC e outras já publicadas pelo centro em forma de livro. Lucia Hippolito colaborou também ajudando a contatar pessoas, marcando entrevistas, e em várias ocasiões realizou entrevistas sozinha.

O resultado é que, através da voz de fundadores, dirigentes e funcionários, chegou-se a um perfil da FGV que não é intimista e que pode e deve ser partilhado com o grande público. Conta-se, a partir de uma visão interna, a história de uma instituição que, como toda grande entidade que reúne talento, mérito, sucesso, respeito e confiança, passa por desafios e crises de crescimento e criatividade”.



JEREMIAS, O BOM (R$ 25)
Livro clássico de Ziraldo lançado em 1969. Segue trecho do prefácio do escritor Antônio Callado:
"Na sua encarnação atual, carioca, Jeremias, quando menino, era o dono da bola mas não entrava no jogo. Alguns exegetas interpretam isto alegando que Jeremias era ruim de bola, mas a verdade é que ele (aliás flamengo convulso) teme o ardor da peleja: ninguém do lado oposto sairia do campo com vida e nem cresceria mais a grana no chão. Jeremias tem evitado os jornais desde que começou a guerra do futebol entre Honduras e El Salvador. Se um dos dois povos (ou times) formar uma Legião Estrangeira, ele sabe que se alista. Porque Jeremias, em sua presente encarnação, está no papel difícil de homem da classe média espremido entre os bacanas e a ralé. Jeremias é um santo de gravata, o que é duríssimo".



OS DEPUTADOS BRASILEIROS NAS CORTES DE 1821 (R$ 30)
Manuel Emílio Gomes de Carvalho
Segundo Pedro Calmon, que fez a introdução deste livro, relançado em 1971, “é um livro precioso, que só teve uma edição, na cidade do Porto, em 1912, e que, por isso mesmo, passou a ser uma raridade bibliográfica. O livro é todo baseado em documentos fidedignos e mormente no Diário das Cortes Gerais, do qual se pode dizer um extrato luminoso e excelentemente comentado”.
Trecho do livro:
“A desconfiança de que havia nas cortes um partido disposto a restaurar o regime colonial tomou corpo naqueles povos e os ânimos mais extremados proclamaram que, sem a separação o Brasil não poderia defender os seu foros. Que cumpria fazer os cidadãos amigos da pátria em tão grave conjuntura, senão se oporem aos atos inconciliáveis com a integridade da nação? É o sentimento que domina todas as representações.
O povo em armas para resistir a Avilez, a organização de clubes à chegada de decretos e a harmonia dos portugueses com os brasileiros demonstram cabalmente o comum sentir do Rio. Em Minas prevalece a mesma opinião, como testemunham a deputação da junto do governo, as representações de muitas câmaras entre si distantes, os oferecimentos especiais de alguns cidadãos e o socorro de tropa”.

A REPORTAGEM: TEORIA E TÉCNICA DE ENTREVISTA E PESQUISA JORNALÍSTICA (R$ 15)

Nilson Lage

Livro fundamental para estudantes de jornalismo escrito por um dos professores mais queridos da Escola de Comunicação da UFRJ, falecido no ano passado.

Trecho do livro:

“De modo geral, o testemunho mais confiável é o mais imediato. Ele se apóia na memória de curto prazo, que é a mais fidedigna, emboar eventualmente desordenada e confusa; para guardar fatos na memória de longo prazo, a mente os reescreve como narrativa ou exposição, ganhando em consistência o que perde em exatidão factual. Advogados costumam atuar nessa fase: buscando a versão que mais convém a seus clientes, induzem-nos a omitir certos aspectos da realidade e a ressaltar ou imaginar outros.

Um bom princípio – comprovam os estudos de probabilidade – é só confiar inteiramente em histórias contadas por três fontes que não se conhecem nem trocam informações entre si. Toma-se como verdade aí o que é o mínimo comum aos três relatos, separando o que é fato do que é versão ou interpretação”.

PEQUENA HISTÓRIA DA AGRICULTURA NO BRASIL (R$ 10)

Tamás Szmrecsányi

Livro que analisa a agricultura e a pecuária naõ como segmentos isolados e autônomos, mas como atividades integradas ao resto da economia do país.

Tamás Szmrecsányi, professor da UNICAMP e especialista na área, trata da agricultura de maneira clara e segura, abordando o tema desde a época colonial até os nossos dias, com prioridade para os últimos 150 anos. A transição do escravismo para o trabalho livro no campo; a diversificação de culturas; a origem do complexo agroindustrial; a estrutura agrária e as políticas oficiais relativas à zona rural são alguns dos assuntos estudados aqui, com o apoio de tabelas e quadros muito elucidativos. Obra fundamental para professores e alunos nas áreas de História, Economia, Geografia e Agronomia".

O FILHO ETERNO (R$ 15)

Cristóvão Tezza

Neste livro corajoso e vencedor de diversos prêmios literários, Cristóvão Tezza expõe as inúmeras dificuldades e as saborosas pequenas vitórias de criar um filho com Síndrome de Down. O périplo por clínicas e consultórios médicos numa época em que o assunto não era tão estudado e ainda tinha o véu do misticismo, a tensa relação inicial com a esposa, tudo envolvido por uma precisão literária para encadear de maneira clara referências de anos e situações tão díspares, às vezes dentro do mesmo capítulo. Cristóvão Tezza, assim, reforça, com a publicação de O filho eterno seu lugar entre os maiores escritores brasileiros contemporâneos”.

SARGENTO GETÚLIO (R$ 10)

João Ubaldo Ribeiro

Algumas opiniões sobre este clássico da literatura brasileira:

“Agora temos em nossa frente um romance que exige os grandes adjetivos: um senhor romance. Um romance duro, dilacerante, por vezes terrível, de extrema humanidade”.

(Jorge Amado)

“...na minha opinião, vai ficar como um marco na nossa literatura”.

(Érico Verissimo)

“Trata-se realmente de um romance excepcional”.

(Fernando Sabino)

Trecho do livro:

“Vosmecê me desculpe, mas desafaste dessa porta. De fato, essa é a metralhada, de maneiras que não abre de jeito e qualidade. Mas via das dúvidas não encoste, que vosmecê eu tenho responsabilidade. Vosmecê me desculpe eu ficar prosando o tempo todo. É para não dormir. Não sei nem o que eu estou falando, ou o que eu estou pensando. Quando estou pensando, estou falando, quando estou falando, estou pensando, não sei direito. Vosmecê não precisa responder, apesar de que é falta de educação. É como assim: se eu dormir, vosmecê faz por tirar a minha arma, m eacertar, dar um tiro no toutiço de Amaro e se enfiar pelos matos até achar guarida”.


MULHER DAQUI PRA FRENTE (R$ 15)

Marina Colasanti

Segundo a autora, "este livro é feito de uma presença e uma ausência. Presença de mulheres semelhantes a mim, de formação burguesa, que neste momento se interrogam sobre sua posição no mundo, sua essência de mulher, e procuram novos ângulos de visão. Ausência de mulheres esmagadas por problemas de sobrevivência, operárias, domésticas, camponesas, prostitutas e faveladas, para as quais o problema da condição feminina é menor frente à necessidade de reformulações sociais".

Segue um trecho do livro, que foi lançado em 1981:

"Na realidade, nossa sociedade atravessa, já há mais de duas décadas, um processo geral de desnudamento. A divulgação das teorias psicanalíticas, a procura do eu, o desejo de fugir da mentira geraram uma espécie de striptease social, visível em todas as áreas. Multiplicam-se as biografias, os depoimentos em que as pessoas entregam suas verdades mais íntimas. No teatro, na literatura, as críticas ao sistema se fazem contundentes. E as personagens arrancam de si suas roupas exibindo seu corpo nu, simbolizando seu desejo de arrancar de si as falsas verdades e exibir sua alma".





  • BATALHAS GANHAS E PERDIDAS (R$ 15)

    Hanson W. Baldwin

    Livro que é considerado um verdadeiro manual para a compreensão da História da II Guerra Mundial.

    Trecho do capítulo “A Batalha da Inglaterra”:

    “Em atenção à diretriz de Hitler sobre a preparação da invasão da Inglaterra, os alemães trabalharam com grande energia, mas pouca convicção. No dia 31 de julho a data experimental da invasão foi fixada para 15 de setembro. Não havia entusiasmo pela Operação Leão Marinho, nem no Exército alemão, nem na Marinha, que tinha muito respeito pela Esquadra inglesa e compreendia plenamente as dificuldades de uma operação anfíbia de grande vulto.  Os planos e os preparativos prosseguiram, enquanto a sitiada Inglaterra". observava o continente de Hitler preparar-se para a ação.”



    É POSSÍVEL FAZER DIFERENTE - EXPERIÊNCIAS DE CULTURA DE PAZ EM ESCOLAS DO RIO DE JANEIRO (R$ 15)

    Trecho do livro:

    "Um caso marcante aconteceu quando o grupo de alunos constatou que havia na escola um sentimento grande de frustração. A partir daí, decidiu-se fazer a perguntar ´O que te faz feliz?´, e decorar um mural com uma árvore e essa frase, posicionando uma caixa na base da árvore para que quem passasse pudesse escrever no postal a sua resposta.

    Os alunos elaboraram um plano de ação para confeccionar a árvore. Durante a execução, na etapa da pintura, a facilitadora questionou o significado da escolha da árvore para simbolizar a atividade de escuta. Entre as respostas, os alunos destavaram a ´amizade, lembrar o que se precisa como respeito´, a ´sabedoria, pios árvore dá oxigênio para a gente´ e ´ela dá frutos, árvore me deixa calma´.

    Depois de pronto o mural, o grupo convidou outros alunos durante o recreio para responder à pergunta da árvore. Foi grande a satisfação dos alunos por terem concluído o plano de ação. Eles perceberam como seu trabalho mobilizou a escola. A direção também demonstrou simpatia pela iniciativa e a reconheceu como uma ação que movimentou positivamente a escola. As respostas para a perguntar ´O que te faz feliz?´ foram variadas. Muitos alunos enfatizaram as relações de amizade. A família foi outro ponto forte das respostas".

     

    DE CARTA EM CARTA

    Ana Maria Machado

    Ilustrações de Nelson Cruz

     

    "Em 1982 estive no México e fiquei fascinada com as fileiras de escrevinhadores que se alinhavam em volta do Zócalo, a praça-maior da cidade. Com suas máquinas de escrever sobre precárias mesinhas, tomavam ditados de quem fazia filas diantes deles. Veio a ideia de uma história envolvendo um avô e um neto, mas também uma história sobre analfabetos, que foi se desenvolvendo e agora aí está. Ficou mais forte tomou forma e começou a se construir em cima dos equívocos de linguagem e dos desencontros afetivos que, tantas vezes, nos fazem brigar com as pessoas que mais amamos".

    (comentário da autora)

    Preço: R$ 15 (contato para venda: 21 999197723)


    SURDEZ E ESCOLARIDADE: DESAFIOS E REFLEXÕES

    II Congresso Internacional do INES (Instituto Nacional de Educação dos Surdos)

    VIII Seminário Nacional do INES

    17 a 19 de setembro de 2003

    "Em educação, a inclusão chegou para reafirmar o maior princípio já proposto internacionalmente: o princípio da educação de qualidade como um direito de todos. Este princípio foi oficialmente formalizado na Declaração Mundial sobre Educação para Todos: necessidades básicas de aprendizagem, na Vonferência de Jomtbiem, Tailândia, em 1990. Desde então, ele tem sido estudado e monitorado por Comissões Internacionais, sempre com o intuito de promover estudos que forneçam informações sobre o estado de arte da educação nos países em geral, especialmente no que diz respeito à garantia de participação e permanência de seus cidadão nos sistemas educacionais".




  • TEMPO BRASILEIRO nº 141 – R$ 12

Literatura Brasileira depois das utopias

Alguns dos artigos:

- Morrer em Manaus: os avatares da memória em Milton Hatoun

Francisco Foot Hardman

- São Miguel e o dragão. Cidade e violência em O Matador, de Patrícia Melo

Ana Cláudia Giassone

- O desafio crítico de Cidade de Deus

Cléa Correa Mello

- Sérgio Sant´anna e a baixa modernidade

Cláudius Bezerra Gomes Waddington

SÉRIE TEATRO BRASILEIRO – BASTIDORES (R$ 15)

HENRIETTE MORINEAU/EDWIN LUISI/NICETTE BRUNO/JORGE DÓRIA

Simon Khoury

Trecho do livro:

- Sei que já falamos sobre isso, mas deixa insistir mais um pouco: inconscientemente, você assimilou características da Dulcina?

- Nicette Bruno: Tive muita dificuldade com a sensibilidade da Dulcina e captava com facilidade tudo o que ela me dizia ou fazia. Na época, os diretores representavam para os atores aquilo que eles queriam, não é como de 25 anos para cá, onde o diretor passou a ser o maestro da orquestra, sem precisar tocar instrumento algum, o que, aliás, acho bem melhor para o ator. O ideal é o diretor solicitar ao ator que procure realizar aquilo que ele está querendo como proposta de encenação. O ator tenta, vai experimentando, sem correr risco de imitar seu condutor como antes”.

ESPAÇO E INDÚSTRIA (R$ 8)

A geografia e a cidade/A indústria e a urbanização/A metropolização e o espaço transnacional

Ana Fani A. Carlos

Trecho do livro:

“A cidade é incompatível com a economia de subsistência, a ausência de especialização e diferenciação. Surge do aprofundamento da divisão do trabalho entre os homens e entre os lugares. A separação cidade-campo e o desenvolvimento da primeira, com o crescimento das trocas e da divisão do trabalho, produzem uma organização dinâmica, um espaço de relações de alto poder concentracional, com uma organização peculiar a cada movimento histórico.

A urbanização capitalista produz uma transformação radical na vida do indivíduo. O individualismo tende a crescer na cidade, os laços entre os habitantes se enfraquecem. Todos estão ligados à massa urbana, amorfa e desintegrada”.


FIM (R$ 15)

Fernanda Torres

Fernanda Torres surpreendeu o público e o mercado editorial ao lançar, em novembro de 2013, “Fim” (Companhia das Letras), seu primeiro romance. Afinal de contas, não é todo dia que assistimos a uma conceituada atriz da televisão, do cinema e do teatro se enveredar em uma nova carreira. E como escritora, Fernanda se mostrou tão talentosa quanto nas telas e no palco. Para se ter uma ideia do quão exitosa foi essa estreia na literatura, “Fim” foi finalista do Prêmio Jabuti de 2014, o mais importante do país. Além disso, a obra tornou-se um best-seller nacional, ficando, em 2014, no posto de oitavo livro ficcional mais comercializado no Brasil. A vendagem do romance já chegou à casa dos seis dígitos, uma marca para poucos autores brasileiros.

 

Se alguém pensou que a estreia apoteótica de Fernanda Torres poderia ter sido sorte de estreante, a escritora carioca mostrou o quão sólido era seu novo trabalho com as duas publicações seguintes. “Sete Anos” (Companhia das Letras), coletânea de crônicas de 2014, e “A Glória e Seu Cortejo de Horrores” (Companhia das Letras), romance de 2017, receberam muitos elogios da crítica especializada e agradaram em cheio os leitores. Para muita gente, Fernanda Torres é atualmente uma das mais originais vozes da literatura brasileira contemporânea. Principal prova do carisma e da receptividade dos livros de Fernanda foi suas apresentações na FLIP, Feira Literária Internacional de Paraty. A autora arrematou uma pequena multidão para vê-la e ouvi-la todas as vezes em que compareceu ao evento.

 

O enredo de “Fim” se passa na cidade do Rio de Janeiro e acompanha o dia da morte de cinco amigos: Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto e Ciro. Cada um deles faleceu em uma época, entre agosto de 1990 e abril de 2014, mas todos tinham em comum as desilusões amorosas. O grupo de amigos se conheceu na juventude e permaneceu junto, entre brigas e afastamentos, até o final. Enquanto narram o último dia de vida, as personagens fazem um balanço de suas existências.

 


O MUNDO ESTÁ GORDO (R$ 15)

Modismos, tendências, produtos e políticas que estão engordando a humanidade

Barry Popkin

“A epidemia global da obesidade alerta a todos – famílias, comunidades e países. É uma questão de peso em todos os seus aspectos, que traz graves consequências terríveis para o bem-estar, a expectativa de vida e a produtividade  econômica se não for tratada a tempo.

Este livro é uma interessante leitura sobre esta complexa e crescente ameaça social. Barry Popkin, um dos maiores especialistas mundiais em obesidade, sistema alimentar global e nutrição, faz um chamado à ação e oferece sugestões práticas para indivíduos, comunidades e líderes políticos que poderão beneficiar a todos”.





CINEMA (R$ 15)

Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro

Vários artigos sobre cinema. Entre eles:

- A experiência do espectador comum de cinema

Rogério Luz

- Paciência e ironia

Flora Sussekind

- Afogando em Greenaways

Paulo Roberto Pìres

- O lugar do espectador, o lugar do crítico

Flávio Ahmed

- A enciclopédia digital

Ivana Bentes

- Uma nova ordem do audiovisual no Brasil

André Parente.




OS GRANDE PILOTOS DE TODOS OS TEMPOS (R$ 15)

Obra lançada em 1972. Volume II. Da letra K até W.

Alguns dos pilotos retratados nesta obra ricamente ilustrada:

Chico Landi

Carlos Reutemann

José Carlos Pace

Jackie Stewart

PRESENÇA DE VILLA-LOBOS (R$ 20)

Museu Villa-Lobos, 1965

Vários artigos sobre o grande músico brasileiro, entre eles Bidu Sayão, Carlos Drummond de Andrade e Gilberto Freire.

“Nunca me esquecerei da tarde em que conheci Dona Laurindo Santos Lobo: ao mesmo tempo tão parisiense e tão brasileira. Sua casa de Santa Teresa era a mais carioca das casas. Tinha alguma coisa de cosmopolita que era ao mesmo tempo mais do que brasileira: brasileiríssima. Compreende-se que nela se sentisse bem, como se sentia um Heitor Villa-Lobos. Foi lá que o conheci.

É um Villa-Lobos de quem sempre terei saudade: esse que na intimidade era um homem com alguma coisa de adolescente. Também um carioca guloso dos vários Brasis regionais”

ALFABETO (R$ 10)

Frei Betto (Autobiografia escolar)

"Um dos intelectuais mais respeitados do país, Frei Betto compartilha com o leitor preciosas lembranças de seu tempo de estudante nesta autobiografia escolar. Em uma viagem no tempo, o autor parte de suas descobertas no jardim da infância, passando pela inquietante adolescência até chegar aos conturbados anos como universitário e à reveladora incursão na vida religiosa.

Alfabeto - Autobiografia escolar, no entanto, é mais do que um livro de memórias. Ao narrar sua trajetória, Frei Betto fala também de fatos e personagens importantes da história brasileira, além de colocar o leitor em contato com valores e experiências raras em nosso universo educacional de hoje, como a militância estudantil e o engajamento consistente na transformação do Brasil e do mundo".




FRED ASTAIRE - UMA VIDA MARAVILHOSA (R$ 15)

Bill Adler

Livro ilustrado contando a vida de um dos grandes nomes dos musicais de Hollywood.

Trecho do livro:

"Em princípios da década de 1930, o filho desengonçado e feio do teatro - o cinema - transformara-se em um gigante, nesse momento quase tão poderoso como o pai. O advento do cinema falado, considerado no início como apenas um aspecto adicional a mímica dos astros principais mudos - a teoria, na verdade, do melodrama teatral - estava começando a acrescentar uma dimensão inteiramente diferente ao novo veículos: a emoção da palavra falada.

O The Broadway Melody, de 1929, constituiu a contribuição da MGM ao novo formato do cinema, como também o The Love Parade, de 1929, da Paramoun".







ROOSEVELT - Da série Biblioteca de História (R$ 10)

Eduardo Godoy Figueiredo

Trecho do livro:

"Como Mussolini marchou sobre Roma, um dos chefes fascistas, Art Smith, decidiu que deveria organizar uma marcha sobre Washington: um milhão e meio de veteranos, sob sua liderança, deveriam invadir a capital no Dia de Colombo, 12 de outubro de 1933. Mas as coisas começaram a se complicar em julho, quando radicais tentaram dispersar uma reunião fascista no subúrbio de Nova York. No tumulto que se seguiu, uma pessoa morreu. E então, na véspera da passeata, a polícia invadiu o quartel-general de Smith na Filadélfia e encontrou uma impressionante coleção de revólveres, facas e cassetetes. O próprio Smith sumiu, levando boa parte do dinheiro do movimento".



LITERATURA COMENTADA – GILBERTO GIL (R$ 8)

Seleção de texto, notas, estudo biográfico, histórico e crítico e exercícios por Fred de Góes, com colaboração de Lauro Góes e Nelson Motta

Trecho do livro:

“Uma viagem à Nigéria, em 1977, para o Festival Internacional de Arte Nera, aproxima Gil ainda mais de suas origens africanas. O disco Refavela, segundo da “fase Re”, documenta com muita clareza esse encontro com a cultura ancestral. No final de 1977, Gil junta-se à sua comadre Rita Lee e leva à cena o espetáculo Refestança, um show alegre e dançante, também registrado num disco gravado ao vivo. De sua participação no Festival de Montreux, em 1978, resulta um álbum duplo, gravado ao vivo, seu primeiro lançamento pela gravadora WEA”.



CARA A CARA - MARÍLIA GABRIELA (R$ 15)

A jornalista Marília Gabriela comandou, durante muitos anos, na TV Bandeirantes, um dos melhores programas de entrevistas da TV Brasileira. Este livro reúne várias destas entrevistas feitas com políticos brasileiros, como Ulysses Guimarães, Mário Covas, Lula, Brizola, Orestes Quércia, Paulo Maluf, Fernando Henrique Cardoso, entre outros.

Trecho do livro:

"Marília Gabriela:

Mas o senhor concorda que foi um líder forte, carismático, paternalista, e que fez uma política que os teóricos chamam de ´dominação de massa´? Não são características de um caudilho?

Leonel Brizola:

No mundo, ao longo da história, existiram inúmeras personalidades de quase todos os países que também foram carismáticas, movimentaram a população, as massas, e nada tinham de caudilho. Caudilho é uma expressão espanhola que quer dizer liderança. Como os portugueses tinham aquelas rixas com o Vice-Reinado do Prata, usavam a palavra no sentido pejorativo, deprimente. Criou-se a expressão. Até hoje, no Uruguai, dizem: ´Ah! Os nossos grandes caudilhos morreram´. É o sentido correto da palavra.




O FIM DO ESTADO-NAÇÃO (R$ 15)
Kenichi Ohmae
“Para o renomado estrategista japonês Kenichi Ohmae, o Estado-nação é coisa do passado. Nesse mundo sem fronteiras, ele já perdeu seu papel como protagonista da economia global e seu poder foi usurprado pela confluência de quatro forças – o capital, as corporações, os consumidores e as comunicações. No lugar das grandes nações, os Estados –regiões – “unidades de negócios com excelÊncia na produção” – emergem como a nova força da geopolítica mundial, substituindo o papel do velho Estado na melhoria da qualidade de vida da população”.

CADERNOS DO CHDD (Centro de História e Documentação Diplomática) - Fundação Alexandre de Gusmão - Número 26 (R$ 15)

Compilação de documentos que mostram, entre outros assuntos, as negociações que envolveram a participação do Brasil na I Guerra Mundial.

"Mensagem do presidete da República do Brasil, Wenceslau Braz, ao Congresso Nacional, em 26 de maio de 1917:

"Senhores membros do Congresso Nacional:

Submeto hoje ao vosso conhecimento, em cópias autenticadas, as informaões que recebi da legação brasileira em Paris relativas ao torpedeamento de mais um navio da frota mercante do Brasil por um submarino das forças navais alemãs.

É conhecida de toda a nação a atitude que o governo assumiu quando a Alemanhã comunicou a todos os povos neutros o estabelecimento de um bloqueio, por submarinos (...contiua)"

MARCO 31 - CIVIS E MILITARES NO PROCESSO DA CRISE BRASILEIRO (R$ 12)

Fernando Pedreira

"A partir do tema, o jornalista Fernando Pedreira dá um mergulho na história política do país, de 1930 para cá, e traz à tona, entre outras coisas, observações da maior importância sobre a estrutura e a representatividade dos partidos brasileiros, bem como sobre as origens históricas das correntes que sempre disputaram o poder no Brasil. E me parece definitiva a observação relativa às raízes das Alas Moças, Bossas Novas e Blocos Compactos dos grandes partidos brasileiros: seus chefes e epígonos emergiram da mocidade que frequentava as faculdades e escolas superiores em dois períodos áures do movimento esquerdista no Brasil: 1935 e 1945".

(Carlos Castello Branco)

UM JORNAL ASSASSINADO - A ÚLTIMA BATALHA DO CORREIO DA MANHÃ (R$ 20)

Jeferson de Andrade (com a colaboração de Joel Silveira)

Este livro traz depoimentos contundentes e verdadeiras aulas de jornalismo daqueles que foram redatores-chefes do Correio da Manhã: Antônio Callado, Luis Alberto Bahia, Janio de Freitas e Osvaldo Pereira. O autor conta a hsitória de um país através das páginas de um jornal que fez história. Ele revela, com impressionante clareza e objetividade jornalística os contornos da vida brasileira após 1964. E como agia a tesoura da censura a partir de então.

MAX E HELEN (R$ 10)

Simon Wiesenthal

O autor chama seu livro de romance factual. Trata-se de um relato autêntico, que só poderia ter sido escrito por alguém que também passou pelo inferno. A história de dois sobreviventes do holocausto nazista que o convencem a não perseguir aquele que os torturou. Max e Helen é uma pungente história de amor à vida, onde o leitor toma consciência do grau de violência que um Estado autoritário e racista pode atingir e das inevitáveis consequências, tanto para os que promovem esta violência quanto para os que se calam frente a ela.

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O DIREITO À DIFERENÇA - Uma reflexão sobre deficiência intelectual e educação inclusiva (R$ 10)

O tema deste livro envolve um dos desafios da chamada revolução de paradigmas no processo de ensino-aprendizagem de nossa época: a educação inclusiva. Diante dos desafios que a educação inclusive inpõe, lançamos um questionamento que deverá nos acompanhar ao longo do livro: estamos preparados para ocnviver com as diferenças? Afinal, somos sempre diferença. Mas por que algumas diferenças incomodam tanto?


                                                   

- TEMPOS MODERNOS - MEMÓRIAS DO DESENVOLVIMENTO - JOÃO PAULO DOS REIS VELLOSO (R$ 15)

Maria Celina D´Araujo e Celso Castro (organizadores)

Além de ser uma importante fonte para a compreensão da política econômica do regime militar, este depoimento para o Cpdoc/FGV cobre boa parte da história econômica brasileira a partir dos anos 1930, focalizando prioritariamente uma atividade central para os rumos do moderno Estado brasileiro: o planejamento.

"Creio que só se conseguiria fazer reforma tributária no Brasil se mantivéssemos a regra básica de que não haveria perda de receita. Caso contrário, criaríamos um problema muito sério entre União, estados e municípios. Claro, a médio prazo, a carga tributária tem que cair, porque está escandalosamente alta. A atual reforma pretende acabar com os efeitos em cascata, um anacronismo no sistema tributário no Brasil, com efeitos muito sérios".

ESTADO E POVO NO BRASIL - AS EXPERIÊNCIAS DO ESTADO NOVO E DA DEMOCRACIA POPULISTA: 1937/1964 (R$ 15)


Vamireh Chacon

"Embora sem uma definida Política de Ciência ou de Arte, apesar de ter montado pela primeira vez no Brasil uma Política de Informação através do DIP, o Estado Novo procurou sintonizar os melhores rumos da época nos ramos, ao mesmo tempo que buscava mobilizar as pessoas indicadas. Foi o caso, entre outros, da Universidade do Brasil, que recolheu os fragmentos, como semente, fechada  por pressão dos autoritários inconformados com a introdução de ideias anticonvencionais da Educação superior brasileira".

MOZART - SUA VIDA EM CARTAS (R$ 10)

Gloria Kaiser (compilação e adaptação)

Bela edição mostrando a correspondência trocada por este gênio da música com familiares e amigos, permitindo conhecer um pouco da sua vida cotidiana. 

"Mal aguentamos esperar chegar a Munique, pois a viagem foi horrível. Essas carruagens arrancam a alma da gente! Os assentos são duros como pedra. Não me parece que eu consiga manter o meu traseiro intacto; está em brasa, embora eu tenha ficado horas com as mãos entre ele e o assento. Estamos muito bem instalados, sem dúvida, mas, apesar da nossa frugalidade, estamos gastando muito dinheiro. Porque, a cada jarra d´água que o criado traz para a bacia, ele prontamente estende a mão. Todos acreditam que sou um homem rico, porque o mensageiro do bispo veio até aqui me trazer uma carta".

(Carta para o pai, escrita em 9 de outubro de 1777)


 - MEMÓRIAS (VOL. II – 1918 – 1921) – OS PRIMÓRDIOS DA REVOLUÇÃO  (R$ 10)

Ilya Ehrenburg

O segundo volume das Memórias de Ilya Ehrenburg é o retrato vivo, cândido, humano de um dos períodos mais importantes da História contemporânea, aquele em que a revolução feita pelo povo russo derrubava um regime autocrático extremamente opressor.

“Cheguei a Kiev em um mau momento. Direi o que vivi nessa cidade e o que vi, mas antes de tudo desejaria falar da própria Kiev. Em moço fui muitas vezes àquela cidade, hóspede de meu avô. Fui a Kiev mesmo após ter saído da prisão, sem residência, sem um teto. A minha vida transcorrera em duas cidades: Moscou e Paris. Mas nunca pude esquecer que Kiev era a minha pátria”.

 

- MEMÓRIAS (VOL. III – 1921 – 1933) – A PAZ ARMADA: OS PRIMÓRDIOS DO NAZISMO  (R$ 10)

Ilya Ehrenburg

De Paris, onde residia, o escritor soviético Ilya Ehrenburg, em permanente contato com a intelectualidade e com os acontecimentos políticos e sociais do tempo, pôde abordar, com felicidade e clareza, o ambiente da Europa nos anos imediatamente anteriores ao surgimento do Terceiro Reich.

“Compareci a uma reunião de nazistas, numa churrascaria. A fumaça dos charutos baratos irrita os olhos. Um nazista, agitando as mãos, urra longamente que os alemães estão fartos de passar fome, que os únicos a viver bem são os judeus, que os aliados saquearam a Alemanha, e que é preciso esmagar os franceses e os polacos”.


O FIM DO ESTADO-NAÇÃO (R$ 15)

Kenichi Ohmae

“Para o renomado estrategista japonês Kenichi Ohmae, o Estado-nação é coisa do passado. Nesse mundo sem fronteiras, ele já perdeu seu papel como protagonista da economia global e seu poder foi usurprado pela confluência de quatro forças – o capital, as corporações, os consumidores e as comunicações. No lugar das grandes nações, os Estados –regiões – “unidades de negócios com excelÊncia na produção” – emergem como a nova força da geopolítica mundial, substituindo o papel do velho Estado na melhoria da qualidade de vida da população”

VAMOS CONVERSAR, PRESIDENTE? (R$ 10)

Genival Rabelo

Vários artigos escritos pelo jornalista Genival Rabelo e lançados em livro no ano de 1995, tendo como principal tema o avanço do neoliberalismo na economia brasileira a partir daquele período. Segundo o saudoso jornalista Barbosa Lima Sobrinho, este é “um livro oportuno num país sem memória”.

Trecho do livro:

“Durante a Constituinte de 87/88, escrevi um trabalho que resumia o meu livro “O Capital estrangeiro na Imprensa Brasileira” e o remeti para todos os constituintes, alertando para a importância do preceito vigente nas Cartas anteriores desde a de 1934, segundo as quais cabe privativamente a brasileiro nato a propriedade, direção e administração de empresa jornalística no território nacional. Com isso, pretendiam aqueles constituintes brasileiros preservar a opinião pública do comando de fora para dentro. Ninguém, mas absolutamente ninguém, nem um só constituinte de 87/88, sequer acusou o recebimento do meu material.

- MEMÓRIAS DO MARECHAL MONTGOMERY (R$ 12)

Os relevantes fatos históricos narrados e analisados mostram o grande interesse desta obra, narrada por um dos principais comandantes britânicos na II Guerra Mundial: Batalha de El Alamein, Campanhas da Sicília e da Itália, Desembarque na Normandia, Campanha da Europa, com as batalhas de Arnhem, Ardenas, Reno etc, seguida da rendição alemã.

- O GOVERNO CASTELO BRANCO (R$ 12)

Luís Viana Filho

“Realmente a política não tolera o vácuo, sempre preenchido por alguém ou por algum sistema. Principalmente trantando-se da eleição presidencial, que Campos Sales considerava “o grande eixo da política nacional”, e assim permanecia. Castelo Branco resolvera, porém, adiar o problema até a organização da Arena, que, num ato de pureza democrática, escolheria o candidato, varrendo qualquer suspeita de militarismo, tal como ele desejava, inclusive por causa da imagem do país no exterior. Poucos, entretanto, aceitavam não ter o Presidente um candidato à sua sucessão”.

O BRASIL DO GENERAL GEISEL (R$ 12)

Walder de Góes

O jornalista Walder de Góes divide este livro em cinco partes:

- A estrutura do sistema de decisão. Quais os mecanismos gerados pelo regime miiltar, especialmente no governo do Presidente Geisel.

- A sucessão presidencial e o processo decisório que a orientou.

- A demissão do General Sílvio Frota do cargo de Ministro do Exército.

- Os elementos ideológicos do comportamento dos militares e dos burocratas.

- Aspecto da política externa brasileira, particularmente da relação entre Brasil e Estados Unidos.

LENDA AZUL – A ATUAÇÃO DO 3º REGIMENTO SAMPAIO NA CAMPANHA DA ITÁLIA (R$ 12) 


General Walter de Menezes Paes

“O segundo fato importante é que estamos na véspera de Natal. Natal triste para nós, cristãos... Longe da família. Quantas recordações, no meio dessa miséria toda que vínhamos vivendo e sofrendo”. Já haviam chegado algumas encomendas do Brasil – guloseimas, doces cristalizados, agasalhos, meias, luvas e cachecóis de lá, bordados por mãos carinhosas... Começou a nevar intensamente. E entre nós, os ´tupiniquins´, aqueles que ainda não conheciam o fenômeno, alegraram-se momentaneamente com a beleza do espetáculo, que só haviam visto nos cartões de Natal...”

DE CALIGARI A LILI MARLENE (R$ 10)

Luiz Nazário

"Mais do que um conjunto de técnicas abstratas, o expressionismo seria um código de signos concretos; mais do que um estilo, uma mensagem. Esta é a tese que se desprende das presentes reflexões sobre o cinema alemão. De todas as correntes artísticas que floresceram sob a República de Weimar, o expressionismo foi a que mais agudamente pressentiu o caráter apocalíptico do nazismo. Se de fato ele é uma mensagem, urge decifrá-la, já que ele retorna sublimado no novo cinema, quando mergulhamos numa crise igualmente planetária e que suscita um terror igual. Para isto convido o leitor a percorrer comigo as ruas estranhas pelas quais o Dr. Caligari nos conduz até a casa de Lili Marlene".


O FUMO NO BRASIL COLÔNIA (R$ 5)

Jean Baptiste Nardi

Considerado frequentemente como economia secundária durante o período colonial, o cultivo do fumo foi, muito ao contrário, atividade essencial. Tudo porque unia facilidade de plantio e alvo valor comercial, além de ser moeda de troca no comércio escravagista. Ao longo dos séculos XVII e XVIII favoreceu a elevação de renda dos pequenos agricultores e os surgimento de uma rica oligarquia na Bahia, que mais tarde aplicaria seus capitais num primeiro surto de industrialização.

ALUCINADO SOM DE TUBA (R$ 5)

Frei Betto

A família é despejada do barraco e Nemo, aos onze anos de idade, cai na vida. Vai conhecer um lado violento e ainda mais miserável da realidade à sua volta. Mas também vai descobrir a solidariedade e o amor. Qual desses caminhos seguirá? Neste livro, Frei Betto mostra com sensibilidade a cruel condição do jovem abandonado pela sociedade.

ORAÇÃO NA AÇÃO (R$ 5)

Frei Betto

Segundo J. B. Libânio, "Frei Betto nos provoca neste estudo. Quer promover ´re-flexão´, balançar as posições ´quentes´ de um pentecostalismo mágico e as ´frias´ de um simples ativismo, para nos engajar numa ´história engravidada pelo amor´".

O SEQUESTRO DIA A DIA (R$ 10)

Alberto Berquó

O sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Elbrick, em setembro de 1969, narrado de forma detalhada. Como diz o jornalista Sérgio Cabral: “Asseguro que não há qualquer documento impresso em torno do tema que seja ao mesmo tempo tão bem escrito e tão bem informado”.

“Quando o embaixador e Virgílio estão descendo a escada, a cobertura vê se aproximar uma camionete C-14, com cinco homens dentro. Só pode ser a polícia. Nota-se que falam pelo rádio. Nos dois Volks, todos têm armas curtas. Salgado, que vai no banco de trás ao lado de Paulo de Tarso, porta uma metralhadora (...) Salgado engatilha a arma e se prepara para abrir fogo através do vidro traseiro; Cirilo pede que espere um pouco; Cid opina que seria melhor esperar os carros emparelharem, para arrebentá-los de uma só vez. Todos mostram as armas, ostensivamente, uns para os outros – e o embaixador ali no meio”.

CONTRA-ATAQUE (R$ 10)

Aaron J. Klein

Este livro é o relato completo do assassinato de atletas israelenses durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, por membros do grupo conhecido como Setembro Negro. O livro inspirou o filme Munique, de Steven Spielberg.

“Poucos minutos antes, os terroristas tinham chegado à porta azul que levava ao apartamento 1. Estava aberta, como sempre, já que levava não só aos dormitórios dos israelenses, mas também ao estacionamento subterrâneo e aos apartamentos do andar superior. Atravessaram um pequeno hall até a porta do apartamento 1, onde estavam sete técnicos e juízes israelenses. Os terroristas tinham uma cópia da chave”.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO (R$ 5)

Carlos Heitor Cony, Heródoto Barbeiro e Artur Xexéo

Reflexões feitas pelos três autores sobre vários temas, sempre abordados no programa do qual eles participaram durante alguns anos na rádio CBN.

Cony: Heródoto, o que é o tráfico? São drogas e armas. Duas coisas importadas. O Brasil não produz drogas e tem uma fabricação de armamentos insignificante. Tanto as armas quanto as drogas são importadas. E quem toma conta da importação é a Polícia Federal. Não é o Fernandinho Beira-Mar, nem esses pés-de-chinelo que morrem em tiroteios com a polícia, que atacam a gente no meio da rua”.

- O BRASIL (R$ 15)

 Mino Carta (posfácio de Alfredo Bosi)

Responsável por publicações que fizeram história na imprensa brasileira desde 1960, censurado durante a ditadura, Mino Carta recorre de maneira hábil à literatura para criar uma polêmica reflexão sobre o Brasil, promovendo uma devassa na história do país a partir da morte de Getúlio Vargas. Uma narrativa corajosa e polêmica.

VOLTA REDONDA - ENTRE O AÇO E AS ARMAS (R$ 10)

Sandra Mayrink Veiga e Isaque Fonseca

"Os metalúrgicos queriam entrar e os ânimos ficaram exaltados na passagem superior, que estava sendo vigiada por soldados perfilados de baionetas caladas, metralhadoras no chão, uniformes de campanha e urutus. Só se via Exército, não se via PM àquela hora na passagem. Os metalúrgicos estavam nervosos e começaram a gritar com os oficiais e os soldados. Via-se que os recrutas estavam apavorados. Na verdade eles eram invasores, como aliás tinha declarado o próprio coronel Orlando Ferreira da Motta, comandante do Batalhão de Barra Mansa, quando justificou a vida das tropas".

- QUASE MEMÓRIA (R$ 10)

Carlos Heitor Cony

Ponto alto na produção literária brasileira das últimas décadas, Quase Memória é um romance antológico. Explorando o território entre a ficção e a memória, o livro é mais do que um registro sensível das reminiscências do autor sobre o pai morto. Nele, Carlos Heitor Cony mapeia minuciosamente a relação pai e filho: os sentimentos contraditórios, as alegrias e tristezas que não se esquecem, o afeto incondicional e, acima de tudo, a cumplicidade".

HONORÁVEIS BANDIDOS - Um retrato do Brasil na Era Sarney(R$ 10)

Palmério Dória

Este é um livro necessário. O historiador do futuro contemplará, como num painel, a época em que poucas vezes neste país se constituiu, à margem do poder legal, o verdadeiro e podre poder baseado na corrupção em todos os seus sentidos.

O CONTINENTE DO RIO GRANDE (R$ 5)

José Honório Rodrigues

"A partir de uma pesquisa em cartas e documentos de época, José Honório Rodrigues relata a sala da conquista e povoamento do Rio Grande do Sul. No início, para impedir incursões espanholas, a a ocupação portuguesa foi feita por soldados recrutados, "mulheres solteiras desimpedidas" e presos comuns, enviados das várias partes da colônia. Dessa miscigenação formou-se o povo gaúcho, com uma identidade própria que só seria transformada em 1824, com a chegada dos primeiros imigrantes europeus dos limites meridionais do Brasil".

POR QUE NÃO DEU CERTO – OS PAIS DO CRUZADO CONTAM (R$ 5)

Depoimentos de André Lara Resende, Dilson Funaro, João Sayad, Luis Gonzaga Belluzzo e Persio Arida e Alex Solnik.

“João Sayad – O congelamento foi muito mal administrado. Ele tinha que ter atendido algumas coisas, tinha que ter uma fiscalização melhor. Eu propunha desde março de 1986 que a fiscalização fosse descentralizada. Se ela fosse descentralizada haveria apoio popular e se conseguiria que as pressões fossem atendidas localmente.

MIGUEL ARRAES - PENSAMENTO E AÇÃO POLÍTICA (R$ 15)

Jair Pereira, Juareiz Correya, Raimundo Carrero, Ricardo Leitão e Vanja Carneiro Campos (organizadores)

Prefácio de Antonio Callado

Livro que reúne os grandes pronunciamentos públicos deste importante político brasileiro, em entrevistas, artigos e manifestos de 1963 a 1995.

"A proletarização está atingindo camadas cada vez maiores, inclusive a da intelectualidade. E a prova de que esse modelo restrito se mantém é que temos de exportar o que deveria ser consumido dentro do país, não só exportamos os bens duráveis de consumo, mas grãos que são utilizados em atividades produtivas de outros países, enquanto falta alimento para o povo brasileiro".

AS MULTINACIONAIS - DO MERCANTILISMO AO CAPITAL INTERNACIONAL (R$ 5)

Warren Dean

Trecho do livro:

"Na década de 1880, o uso do petróleo como fonte de energia provocou a reformulação dos padrões de comércio e o estímulo à internacionalização do capital. Cada uma das maiores nações industrializadas capitalistas contava com amplas reservas de carvão e, na verdade, o carvão era indispensável à industrialização. Porém, somente os Estados Unidos, entre essas potências, possuíam o seu próprio suprimento de petróleo. Na década de 1870, a Standard Oil exportava três quartos da produção americana, sob a forma de querosene. Na década seguinte, um grupo financeiro formado pelos irmãos Nobel, suecos, e pelos Rothschilds, franceses, incrementou os campos russos de Baku, primeiro por causa do mercado europeu e depois por causa do resto do mundo".

O CREPÚSCULO DO MACHO (R$ 10)

Fernando Gabeira

Trecho do livro:

"Ainda daquela época, o episódio marcante foi o da morte de Carlos Lamarca, o ex-capitão que deixara o Exército para organizar as guerrilhas. Ficamos arrasados com a notícia, pois era um importante símbolo da oposição ao Governo militar. Quando morreu, Lamarca estava no MR-8, que era a organização mais forte da esquerda. Vivíamos um crescimento autofágico, baseado nos destroços de outros partidos de esquerda. Lamarca e seu quadro haviam deixado a VPR e entrado no MR-8, transformando-a na mais importante organização".


GÊNERO - Revista do Núcleo Transdiciplinar de Estudos de Gênero - Nuteg (R$ 15)

Alguns dos artigos:

- A construção da invisibilidade das mulheres nas ciências: o exemplo de Bertha Lutz (1894-1976)

Maria Margaret Lopes, Lia Gomes Pinto de Sousa e Mariana Moraes de Oliveira Sobrinho

- A escrita feminina no século XIX: as cartas de Flora de Oliveira Lima e Eufrásia Teixeira Leite

Ana Carolina Huguenin Pereira

- Mulheres e cinema brasileiro: representações do feminino em "Mar de Rosas"

Flávia Cópio Esteves

- Gênero e Memória: algumas reflexões

Adriana Facina e Rachel Soihet


ATRÁS DO PALANQUE - BASTIDORES DA ELEIÇÃO DE 1989 (R$ 10)

José Nêumanne

"O crescimento da candidatura de Collor, que assustou o próprio candidato e seus assessores, funcionou como um ponto de atração para os chefes políticos regionais, órfãos desde que se tornaram públicas as manifestações de desagrado e até de revolta da sociedade brasileira. Collor passou a ser um cometa, com a cauda formada pelo apoio de chefetes políticos de diferentes ideologias e muitas vezes até de inimigos entre si. Mas não foram só os políticos que o procuraram. Os empresários também.

RUA - Revista do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade da Unicamp (R$ 10)

Vários autores

Alguns dos artigos:

A palavra "Nègre" nos Dicionários Franceses do Antigo Regime

Simone Delesalle e Lucette Valensi

O Silenciamento do "Negro" na Auto-Identificação Étnica: um Estudos com Adolescentes de Duas Escolas Públicas Paulistanas

Ana Maria de Niemeyer

Organização subjetiva do espaço e compartilhamento do território / Paisagens automobilísticas em questão

Renato Balbim

Corpos trespassados por cidades

Jorge Gonçalves

JUAREZ TÁVORA - MEMÓRIAS - VOLUME 3 (Voltando à planície) (R$ 10)

"O mês de janeiro se iniciava com boatos insistentes de que se preparava um levante da Esquadra para impedir a posse do Presidente  e do Vice-Presidente eleitos em outubro de 1955, Juscelino Kubitschek e João Goulart, respectivamente. Recebendo, no dia 7, visita dos Almirantes Amorim do Vale e Muniz Freire, em minha casa, aproveitei a oportunidade para indagar-lhes se tinham fundamento os boatos de que tomara conhecimento. Informaram-me haver, de fato, grande exaltação entre a oficialidade da Armada contra a posse daqueles candidatos eleitos".


1932 - UMA AVENTURA OLÍMPICA NA TERRA DO CINEMA (R$ 15)

Tiago Petrik

"Em 1932, Los Angeles proporcionou um encontro entre os dois mundos da fantasia, os Jogos Olímpicos e o cinema. E um olhava para o outro com admiração, como se quisesse fazer parte daquilo. A questão do amadorismo impediu que o futebol tomasse parte nos Jogos. Os principais jogadores eram pagos, e alguns até bem pagos, só para jogar bola. Isso feria radicalmente os princípios olímpicos".

E A VIDA CONTINUA (R$ 20)

Um dos jornalistas mais importantes do país, tendo trabalhado por 40 anos no Jornal do Brasil, Wilson Figueiredo é homenageado neste belo livro, ricamente ilustrado, contando a sua rica trajetória profissional.
"Incidências do mercado levaram Wilson a afastar-se do JB por dois anos. 'Em 1960, Assis Chateaubriand queria fazer uma reforma no O Jornal e me chamou. Caí no conto. Mas aprendi que, sem dispor dos meios, é um engano tentar mudanças drásticas com expectativa. No fim de um ano, vi que os Associados não queriam gastar dinheiro, mas ter um milagre'."



O GUIA DO ASSALTADO (R$ 10)

Roberto Scheneider e Vilmar Rodrigues (ilustrações)

Você precisa realmente ser assaltado?; O equipamento básico do assaltado moderno; Primeira lição: como agir no carro?; Segunda lição: como agir nas ruas?; Terceira lição: como agir no trabalho?; Quarta lição: como agir em casa?; Quinta lição: como agir nos motéis?; Sexta lição: como agir em locais públicos como hospitais, repartições, transportes e restaurantes de luxo? Teste os seus conhecimentos: estou pronto para ser um assaltado competente? 

"Pergunta: Gostaria de saber se existe alguma maneira de não ser assaltado numa rua deserta e escura. É que sou obrigado a passar pro algumas delas todos os dias.

Resposta: Existir, existe. Quando você for entrar numa dessas ruas, procure correr como um louco, sempre olhando para trás. Faça uma cara de quem está profundamente arrependido e não olhe para a frente em nenhuma hipótese.